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27 DE OUTUBRO DE 2021

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Sabe, Sr. Deputado, o Serviço Nacional de Saúde não se trata com pandemia, trata-se com investimento,

com motivação dos profissionais e valorização das suas carreiras, pelo que é nesse sentido que continuaremos

a trabalhar.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, vamos agora entrar numa outra fase de pedidos de esclarecimento.

Há mais 21 Deputados inscritos para pedirem esclarecimentos ao Sr. Primeiro-Ministro, que responderá em

grupos de sete, conforme informou a Mesa.

Tem, pois, a palavra o Sr. Deputado António Maló de Abreu, do PSD, para pedir esclarecimentos.

O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, é disso mesmo que quero falar-lhe, de saúde. Ou, melhor, da falta de saúde que temos. Mas

não lhe quero falar do sistema nacional de saúde, porque VV. Ex.as são ou fazem-se donos dele. Intitulam-se,

até, como sendo os pais do Serviço Nacional de Saúde.

Vozes do PS: — É verdade!

O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Às vezes, penso que o Serviço Nacional de Saúde deveria ser retirado aos pais por excesso de maus-tratos,…

Aplausos do PSD.

… porque VV. Ex.as têm contribuído para a degradação dos serviços de saúde, com a falta de recursos

humanos e materiais. Não sou eu quem o diz, são os profissionais de saúde, são os diretores dos hospitais, são

os chefes de serviço, que se demitem, são os médicos, são os enfermeiros, são os utentes. Todos falam disto,

não é preciso que eu o diga.

Sr. Primeiro-Ministro, também não vou falar-lhe da maternidade de Coimbra. Há pouco, citou o seu camarada

Vieira da Silva e eu julgo que o Sr. Primeiro-Ministro conhece bem o seu camarada António Costa, que anunciou,

em Coimbra, que iríamos ter maternidade e que, depois das eleições, o Sr. Primeiro-Ministro António Costa iria

a Coimbra dizer qual seria o local onde seria colocada essa maternidade. Não teve foi a coragem de dizer qual

era o sítio, isso apareceu depois, porque o sítio não era aquele que os seus camaradas pretendiam.

Sr. Primeiro-Ministro, em boa verdade, pedi a palavra para lhe falar das promessas que não cumpre. Ainda

recentemente, o Sr. Primeiro-Ministro pediu desculpa aos parceiros sociais e eu pedi a palavra para lhe

perguntar se pede desculpa ao milhão de portugueses que continuam sem médico de família. Essa é a grande

pergunta, porque a compaixão mora nos atos e 1 milhão de portugueses não é um número, não é um gulag, são

pessoas concretas, com dores e sofrimento concreto, que foram abandonadas por si.

O Sr. Santinho Pacheco (PS): — Não diga uma coisa dessas!

O Sr. António Maló de Abreu (PSD): — Cito-lhe o seu Programa do Governo de 2015, que dizia «o objetivo de garantir que todos os portugueses têm médico de família atribuído». Viste-os? Não!

Em 2016, prometeu solenemente, na Assembleia da República: «2017 é, de uma vez por todas, o ano em

que todos os portugueses terão um médico de família atribuído».

V. Ex.ª prometeu em 2015, em 2016, em 2017, em 2018, em 2019, em 2020 e agora, em 2021, com 1 milhão

de portugueses sem médico de família, volta a prometer, tendo a subtileza, para não dizer o atrevimento, de não

lhe chamar «médico de família», mas «equipa de saúde familiar».

Sr. Primeiro-Ministro, dizer é diferente de pensar e agir é diferente de dizer e de pensar. Acredito que diga o

que pensa, mas não faz o que diz. Creio que acredita, como nós, que nenhuma família deve ficar sem médico,

mas não o faz; que nenhum utente deve ficar sem médico de família, mas não o faz; e que nenhum português

deve ficar sem direito à saúde, mas não o faz.

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