O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 18

22

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Deputada Bebiana Cunha fez-me três perguntas que são fáceis de responder. Vou responder a

todas elas.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que seja breve, Sr. Deputado.

O Sr. António Filipe (PCP): — Vou ser breve, porque as perguntas também foram, Sr.ª Presidente. Em relação à pergunta sobre os duodécimos, não é a primeira vez nem a segunda que o País entra no ano

seguinte em duodécimos. Aliás, se houver eleições antecipadas, vai ter mesmo de entrar em duodécimos e,

portanto, isso é inevitável pela decisão do Sr. Presidente da República.

Por que é que não permitimos a passagem à especialidade? Porque a atitude do Governo, antes do debate

na generalidade, foi completamente diferente da que tinha sido em anos anteriores e isso faz toda a diferença.

Perguntou se temos sentido de Estado. Temos, sim. Temos demonstrado que temos tido sentido de

Estado, nesta como em outras matérias.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do Chega.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Filipe, penso que falhou e passou ao lado da questão principal. É que a questão que o País inteiro viu e percebeu foi que o cimento que unia o PCP,

o Bloco de Esquerda e o PS ruiu. E não se trata do Orçamento nem de mais pensões, nem do fator de

sustentabilidade, nem da legislação laboral. Ruiu! Aliás, bastou ver que, neste debate, a grande tensão do

Partido Socialista foi convosco e foi com o Bloco de Esquerda.

Portanto, não foi nenhum fator externo e exógeno que determinou o fim desta maioria e desta solução, foi o

afastamento entre o PS e o PCP, e por isso vocês são responsáveis pela crise que agora se avizinha.

E, Sr. Deputado, o Sr. Deputado sabia muito bem o que o Sr. Presidente da República tinha dito, porque

ele disse para o País todo que chumbar o Orçamento, pela primeira vez, em democracia determinará eleições

antecipadas. O Sr. Deputado ouviu, todas as bancadas ouviram e todos soubemos o que é que isso queria

dizer.

O Sr. Deputado, e bem, diz: «Nós não cedemos à chantagem!» Muito bem! Mas então tem que assumir as

consequências. Não pode vir aqui dizer que não faz ideia do que se passa, que não sabe porque é que vamos

a eleições, que isto é tudo um grande equívoco e que mais vale não fazermos nada.

Se a sua solução é que o Governo apresente um novo Orçamento no prazo de 90 dias, o Governo deu

mostras de que não o ia fazer, e o Sr. Deputado sabia que não o ia fazer. E o Sr. Deputado sabia também que,

se António Costa apresentar um novo Orçamento — como sabe Marcelo Rebelo de Sousa —, o PCP e o

Bloco vão voltar a chumbá-lo, porque as vossas soluções não estão no Orçamento socialista.

O que o Sr. Deputado quer é atrasar o País, não três meses, mas quatro, cinco, seis, sete, 10, até um dia

termos um governo outra vez.

Por isso, Sr. Deputado, a questão é muito simples.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Vou concluir, Sr.ª Presidente. É a isto que os portugueses querem que o PCP, hoje, responda: se a composição do Parlamento se

mantiver em termos parecidos, vai ou não o PCP viabilizar uma segunda geringonça?

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem mesmo de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. André Ventura (CH): — Vou mesmo terminar, Sr.ª Presidente, peço desculpa.

Páginas Relacionadas
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 18 12 Pausa. O Sr. Deputado Nelson Peralta in
Pág.Página 12