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3 DE NOVEMBRO DE 2021

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Segundo, é ou não verdade que o PCP o que quer é voltar para as ruas, para o frentismo de esquerda,

porque sabe que isso lhe dá mais votos do que estar aliado ao Partido Socialista?

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado António Filipe, vou fazer-lhe um conjunto de perguntas viradas para o presente e para o futuro. Não é nenhum saudosismo,

porque aquele que acabou agora de falar, o Deputado André Ventura, esse, sim, quer que o País ande para

trás 47 anos, porque ele nem com a liberdade nem com a democracia sabe conviver bem, como se vê, até, no

seu próprio partido e como diz o Tribunal Constitucional.

Queria fazer-lhe um conjunto de perguntas muito precisas sobre o que foi o desenrolar deste processo

orçamental.

O Bloco de Esquerda, há um ano, disse que o Orçamento apresentado pelo Partido Socialista era mau.

Demos um conjunto de razões e aquela que tinha mais importância era o estado do Serviço Nacional Saúde.

Foi uma matéria de enorme confronto político e o País viu, porque a realidade o demonstrou, como o Bloco de

Esquerda tinha razão.

Basta olhar para o que aconteceu no SNS. Temos dezenas de médicos em situação de demissão das suas

funções, hospitais em estado caótico e ainda ontem ficámos a saber que o número de horas extraordinárias no

SNS estava para lá de qualquer sonho e tinha batido todos os recordes. Por isso, de facto, a crítica que o

Bloco de Esquerda fez há um ano era certeira: o PS não estava, e não está, a cuidar do Serviço Nacional

Saúde.

O que nós assistimos este ano foi a uma manutenção da vontade orçamental. Assistimos ao Sr. Primeiro-

Ministro a andar por todo o País a anunciar milhões e milhões e milhões e depois apresentou ao País um

Orçamento de continuidade que enfermava exatamente dos mesmos problemas que vinham de trás. Ora, o

que é incompreensível é que, depois de prometer milhões ao País, depois de prometer milhões às

confederações patronais, o Governo disse aos trabalhadores que não havia dinheiro para os seus direitos,

disse ao SNS que não havia dinheiro para a dedicação exclusiva dos seus profissionais e, no caso das

pensões, que não havia dinheiro para recuperar a dignidade de quem todos os meses tem uma pensão de

miséria porque ainda está a sofrer os cortes do PSD e CDS. Um Governo que promete milhões ao País e

depois falta nos casos concretos de quem trabalha é um Governo que, de facto, não cria soluções e que

estava à procura de problemas.

Por isso, a intransigência de quem, quando o País precisava de um Orçamento de arrojo, de inovação,

trouxe apenas, e só, mais um Orçamento com os mesmos problemas do passado é que marca a definição e o

desfecho do estado atual.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vou concluir, Sr.ª Presidente, com uma pergunta. O que lhe pergunto, Sr. Deputado, muito diretamente, é se se compreende que, por causa do respeito por

quem trabalha, por causa da valorização de pensões ou por causa da garantia de futuro do SNS, faz sentido

falar-se em crise política.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para responder aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe, do Grupo Parlamentar do PCP.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado André Ventura, veio aqui falar de cimento, mas o Sr. Deputado — que ainda há pouco tempo defendia uma IV República…

O Sr. André Ventura (CH): — Ainda defendo!

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