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I SÉRIE — NÚMERO 18

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O Sr. António Filipe (PCP): — … e dizia que o sistema democrático teria de ser ultrapassado, teria de ser superado, sabe-se lá porquê —, agora, pelos vistos, está muito atarantado…

O Sr. André Ventura (CH): — Eu é que fiquei atarantado?! No dia das eleições é que vamos ver!

O Sr. António Filipe (PCP): — … por se verificar um facto que é normal no nosso regime democrático, que é uma proposta de lei de um Governo minoritário ser rejeitada na Assembleia da República e haver as

consequências institucionais que ocorrerão em função destas circunstâncias.

Nós não fugimos às responsabilidades. Nós conhecíamos a ameaça do Sr. Presidente da República de que

se o Orçamento não fosse aprovado convocaria eleições. Mas nós achámos que, em consciência e coerência,

não poderíamos a aprovar este Orçamento e assumimos todas as responsabilidades.

O Sr. Deputado é que, pelos vistos, não está muito convicto das responsabilidades daquilo que vai

assumindo, porque uns dias defende uma coisa, com um ar grandiloquente e gongórico, que é preciso arrasar

o sistema democrático, mas, perante o funcionamento normal de um sistema democrático e a convocação de

eleições — ainda que possamos discordar delas, não as tememos —, o Sr. Deputado, pelos vistos, ficou muito

atarantado. Mas quanto a isso, Sr. Deputado, tem de se habituar também ao funcionamento da democracia.

Sei que não é algo que lhe agrade, mas a democracia é um valor essencial no nosso País, sempre lutámos

por ela e continuaremos a lutar por ela.

Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, com a questão que coloca, o Sr. Deputado voltou à questão, sobretudo,

de 2021. Assumimos inteiramente a responsabilidade do que fizemos em 2021, em plena pandemia, numa

situação de grande emergência e num quadro em que o Orçamento suplementar para 2020 não tinha dado

resposta àquilo que nós considerávamos que era essencial.

Daí entendermos que, naquela situação concreta — repito, naquela situação concreta —, o País não

deveria ter de enfrentar a pandemia, com todas as dificuldades que isso ia implicar, com o Orçamento como

estava em 2020 e como resultava do Orçamento retificativo.

Por isso, entendemos que, perante a situação concreta que o País vivia, perante a possibilidade concreta

de responder ao problema dos 300 mil trabalhadores que estavam em layoff e estavam a ver os seus salários

cortados em um terço, perante a situação de emergência que havia no Serviço Nacional Saúde, perante a

necessidade de responder aos trabalhadores desempregados que tinham visto cessar o prolongamento dos

respetivos subsídios de desemprego, e relativamente a um Serviço Nacional Saúde que precisava de um

apoio imediato naquelas circunstâncias, fizemos aquilo que entendemos que deveríamos fazer, em nome do

superior interesse nacional e para que o Estado português não soçobrasse no combate à epidemia com que

estávamos confrontados.

A situação do País, neste momento, é outra. A situação pandémica é melhor do que aquela que estava,

mas o investimento no Serviço Nacional Saúde é mais necessário do que nunca, porque o sistema está

confrontado com a enorme pressão que sofreu e vai continuar a sofrer certamente nos tempos mais próximos.

Portanto, a salvação do Serviço Nacional Saúde é uma questão, para nós, premente e é uma daquelas

questões a que, efetivamente, entendemos que a proposta de Orçamento do Estado para 2022 não dava

resposta. Essa é uma das razões que nos fez votar contra.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Arrobas, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

O Sr. Miguel Arrobas (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quiseram as circunstâncias políticas que a minha primeira declaração política enquanto Deputado do CDS seja a última declaração política

do CDS nesta Legislatura.

Estou aqui há um mês e devo dizer que este tem sido um mês intenso, cheio de desafios, onde assisti a um

histórico chumbo de um Orçamento do Estado, mas foi com enorme honra e orgulho que integrei o Grupo

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