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I SÉRIE — NÚMERO 26

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O Sr. Deputado já vai ter oportunidade, certamente, de falar num grupo de mais de dúzia e meia de

Deputados.

Portanto, esses problemas estruturais estão hoje à vista e, se compararmos o que se passa hoje com o que

se passava antes da pandemia, vemos que o acesso a médicos de família está pior, as listas de espera para

cirurgias, consultas e diagnósticos estão piores, a motivação das equipas hospitalares está pior. A debandada

que temos visto, dia após dia, de equipas médicas, em Setúbal, no Santa Maria ou em Braga — aquele hospital

que até há poucos meses era um hospital de referência, com enormes índices de satisfação, é hoje um sítio de

caos na prestação de serviços.

Quando falamos de desperdício de dinheiro — gasta-se hoje mais 3500 milhões de euros no Serviço Nacional

de Saúde —, não estamos melhor, estamos certamente pior, sobretudo porque isto coincide com os indicadores

de qualidade de prestação de serviço e os indicadores de satisfação dos utentes, que também estão piores.

Não sei como é que a Sr.ª Ministra pode fazer um retrato tão cor-de-rosa. Só se for mesmo por inspiração

partidária!…

Tudo isto tem um motivo, que é a cegueira ideológica que este Ministério tem, permanentemente aplicada à

sua gestão do Serviço, uma gestão que impede que todos os recursos disponíveis no sistema nacional de saúde

estejam ao dispor do SNS e também uma enorme incapacidade de gestão e uma enorme incapacidade de

planeamento, Sr.ª Ministra, como, aliás, agora se vê nesta aproximação da quinta vaga da COVID, onde, dois

anos depois, continuamos a falar dos mesmos problemas que tínhamos há dois anos, nomeadamente o da

flexibilização de camas em UCI (Unidade de Cuidados Intensivos), que não se percebe como é que não estava

já preparada.

Mas, dadas estas realidades e dada a origem do problema, a questão que lhe queria pôr, Sr.ª Ministra, faz-

me citar a Internacional — porque sei que é uma música da sua preferência —, que diz, nas duas últimas

estrofes, o seguinte: «Façamos nós por nossas mãos,/Tudo o que a nós diz respeito!» O que a nós, Iniciativa

Liberal, diz respeito é propor, nesta Assembleia, já na próxima Legislatura, uma reforma integral do SNS, que

introduza efetiva pluralidade de prestação de serviços de saúde e que permita uma liberdade de escolha às

pessoas, que é isso que verdadeiramente interessa.

A pergunta que lhe faço é, relativamente ao que me diz respeito, Sr.ª Ministra, na próxima Legislatura,

imaginando que ainda cá possa estar, o que é que a Sr.ª Ministra irá fazer.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra Pereira, do PSD.

A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Sr. Presidente, confesso que o Partido Socialista ainda me consegue surpreender. A falta de memória e a falta de vergonha com que se apresenta a debate e aos portugueses ainda

consegue surpreender-me!

Protestos do PS.

Tenho aqui uma notícia de 2010, que diz «Tribunal de Contas: Sócrates deixa desastre na saúde».

A oradora exibiu o documento que mencionou.

Protestos do PS.

Mas deixem-me lembrar mais: «O Tribunal de Contas traça um cenário de verdadeiro desastre nas contas

da saúde, depois da governação de José Sócrates. O défice e as dívidas do setor rondam 3,5 mil milhões de

euros».

Entre 2008 e 2010, a saúde apresentava um défice de 480 milhões de euros e dívidas de quase 3000 milhões

de euros. Foi este o País que os senhores nos deixaram!

Aplausos do PSD.

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