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20 DE NOVEMBRO DE 2021

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No início, a propaganda do Partido Socialista prometia aumentar a acessibilidade das pessoas ao Serviço

Nacional de Saúde. Hoje, seis anos depois, a realidade é que são mais de 200 000 os doentes à espera de uma

cirurgia. Pior ainda: nos últimos anos, os tempos médios de espera aumentaram por comparação a 2015.

Nas consultas hospitalares, a percentagem dos atendimentos realizados, além dos tempos máximos de

resposta garantida, que era de 26% em 2015, está agora em 40%.

A realidade revela-nos um SNS à beira do caos, com hospitais próximos do estado de calamidade, com

urgências em rutura e doentes internados, durante dias, nos corredores de circulação, ou até numa garagem,

como acontece no Hospital de Vila Franca de Xira.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Rui Rio (PSD): — Hoje, o País vê, incrédulo, logo de madrugada, filas de utentes desesperados à porta dos centros de saúde para tentarem conseguir a consulta a que têm direito.

Mas a toda esta realidade, que o Governo irresponsavelmente desvaloriza, pertence ainda a frustração e a

desmotivação dos profissionais do SNS, muitos deles em burnout, sem condições de trabalho dignas, sem um

justo reconhecimento e com fracas expectativas de realização profissional.

Aplausos do PSD.

Recentemente confrontada com a enorme quebra da atividade assistencial do SNS, com milhões de

consultas presenciais, atendimentos de urgência, rastreios oncológicos e cirurgias não realizadas, a Sr.ª Ministra

da Saúde disse que acompanha estes alertas com preocupação.

A verdade é que a um Governo não se pede preocupação, exige-se ação e capacidade para resolver

problemas tão graves como estes que tanto atormentam os portugueses.

Aplausos do PSD.

Competia ao Governo ter tido noção da realidade e ter mobilizado todo o sistema de saúde que Portugal tem

instalado ao nível dos seus três setores fundamentais: o público, o privado e o social, porque os preconceitos

ideológicos não podem ser uma barreira à saúde das pessoas.

Aplausos do PSD.

As parcerias público-privadas, que este Governo insistiu em rejeitar, têm de ser negociadas com equilíbrio e

seriedade de parte a parte, porque, se assim for, elas podem representar uma mais-valia significativa para o

Estado e para as populações. Aliás, ao contrário da narrativa oficial, também no período de combate à pandemia

o Governo não esteve à altura das suas responsabilidades, porque, amarrado a tabus ideológicos, recusou

promover, logo a partir da primavera de 2020, a necessária colaboração entre público e privado, encaminhando

os utentes do SNS, principalmente nos casos das doenças cardiovasculares e oncológicas, para quem os podia

tratar.

Aplausos do PSD.

Essa recusa contribuiu para que Portugal fosse um dos países com maior sobremortalidade não-COVID,

como ainda há dias o revelou um relatório da OCDE.

Em Portugal, morreram mais cerca de 7000 pessoas por causas não-COVID face à média dos últimos cinco

anos, um número de mortes avassalador cujas causas, num país civilizado, deveriam ser devidamente

apuradas.

Face a esta realidade, não surpreendem as sucessivas demissões em bloco de dezenas de médicos

responsáveis por serviços hospitalares, como tem sucedido em Braga, em Leiria, em Setúbal, no Porto ou em

Lisboa.

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