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27 DE NOVEMBRO DE 2021

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Deputadas e os Deputados, procurando condicionar a sua ação e o seu mandato, que é — e nunca esqueçamos

— o resultado da decisão livre dos nossos cidadãos expressa pelo voto.

Tempo excecional, também, por termos tido de enfrentar uma inesperada crise pandémica, de trágicas

dimensões, sociais, económicas e humanas, que alterou radicalmente as nossas vidas, a nossa vida em

sociedade e o funcionamento da Assembleia da República, órgão de soberania, que foi chamado a autorizar o

primeiro estado de emergência da democracia. Mesmo em pandemia, a democracia não foi suspensa e a sua

Casa, a Assembleia da República, nunca fechou as suas portas, dizendo «presente» e vendo reforçado o papel

insubstituível que, desde há muito, assume no sistema político democrático.

E, claro está, pelo que conseguimos fazer em conjunto na valorização da instituição parlamentar, tendo

sempre como fim o interesse geral e o bem-estar dos cidadãos, que aqui representamos, e a resposta aos seus

anseios e necessidades, pois é isso, estou certo, que a todos nos move, independentemente do partido pelo

qual fomos eleitos. E lembrando sempre que não basta o Parlamento aprovar leis ou ser, de tempos a tempos,

palco de importantes debates políticos, é necessário que saiba prestar informação sobre a sua atividade e a dos

seus titulares, assim completando o círculo da representação.

Olhando para trás, não hesito em dizer que demos passos significativos, na senda de outros que vinham já

sendo dados, e a partir dos quais outros, quiçá mais arrojados, serão certamente dados, continuando a contribuir

para a evolução do Parlamento.

Para tanto, os 230 Deputados eleitos a 30 de janeiro contarão com um corpo de funcionários empenhados,

que decerto continuarão a dar o seu melhor, contribuindo para que as portuguesas e os portugueses se orgulhem

mais do seu Parlamento.

Sr.as e Srs. Deputados, aquando da minha eleição como Presidente em 2015, na intervenção que proferi,

citei Fernando Pessoa e o seu Livro do Desassossego: «Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio

saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter uns para os outros uma

amabilidade de viagem».

Chegando ao fim de dois anos antes do que supunha — do que todos supúnhamos —, esta foi uma longa

viagem, com muitas alegrias, não isenta de episódios menos felizes, tristes mesmo, sobretudo com o falecimento

de grandes amigos e estadistas. Uma viagem com algumas tormentas. Assim são os mares em que navegamos,

entre os compromissos e as divergências, que caracterizam a política, que foi e que continuará a ser a minha

vida, porque um político realmente nunca abandona em definitivo a política. E eu, tal como até aqui, continuarei

a procurar estar na primeira linha da defesa da democracia e da liberdade.

Sr.as e Srs. Deputados, não tenho lições para dar a nenhum de vós. De resto, aqui, nesta Casa, aprendi

sempre mais do que ensinei. Nesta última intervenção numa sessão plenária da Assembleia da República,

permitam-me que agradeça, muito em especial, aos Vice-Presidentes e aos Secretários e Vice-Secretários da

Mesa pela colaboração que deles sempre tive, franca e leal, na condução dos trabalhos parlamentares e na

representação do Parlamento.

Um agradecimento que estendo a todos vós, Deputadas e Deputados dos mais diversos quadrantes políticos,

pelo vosso contributo para o debate democrático que diariamente aqui se faz, na Casa, que é, precisamente por

isso, a Casa da democracia.

Com um Parlamento forte, respeitado, haverá melhores condições para ajudar Portugal — e o mesmo é dizer

as portuguesas e os portugueses que aqui são representados — a enfrentar e a superar os muitos e cada vez

mais exigentes desafios com que, como Nação e como povo, nos deparamos.

A todas e a todos, sem exceção, o meu muito, muito obrigado.

A Câmara aplaudiu, de pé.

Está encerrada a sessão, que foi longa.

Eram 14 horas e 58 minutos.

———

Declarações de voto enviadas à Mesa para publicação

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