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14 DE ABRIL DE 2022

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Passamos ao Projeto de Voto n.º 31/XV/1.ª (apresentado pelo PS e pelo IL) — De pesar pelo falecimento de

António Reis. Peço à Sr.ª Deputada Secretária da Mesa Lina Lopes o favor de ler o projeto de voto.

A Sr.ª Secretária (Lina Lopes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:

«Faleceu, no dia 4 de abril, o ator e encenador António Reis, personalidade reconhecida do teatro português

e figura carismática do meio teatral portuense e da cidade.

António Reis iniciou a sua atividade teatral em 1964, no Conservatório do Porto, no Grupo dos Modestos,

integrando-se em 1970, como profissional, no Teatro Experimental do Porto, onde se distinguiu em

interpretações inesquecíveis, como Fim de Festa, de Beckett, ou A Casa de Bernarda Alba, de Lorca.

Em 1973, funda em parceria com Júlio Cardoso e Estrela de Novais a companhia Teatral Seiva Trupe —

companhia ativa da vida cultural portuense ao longo das últimas décadas. Quer como ator, encenador, diretor

de produção ou corresponsável pela companhia, António Reis foi sempre um artista eclético, de grande

capacidade expressiva, tendo levado à cena diversas peças com estrondoso sucesso junto do público como,

entre outros, Um Cálice de Porto, de 1982, ou Macbeth, de Shakespeare.

O seu compromisso com o teatro foi um contínuo permanente, indissociável da sua própria vida. Em 1990,

como membro da Seiva Trupe, integra a equipa que funda a cooperativa Academia Contemporânea do

Espetáculo, criada em parceria com a Câmara Municipal do Porto, do qual foi cooperante até à sua morte.

António Reis fica também para sempre ligado à construção do Teatro do Campo Alegre, atualmente um dos

polos do Teatro Municipal do Porto, que foi, entre 1997 e 2013, a ‘casa’ da Seiva Trupe. Em 2016, despede-se

dos palcos, interpretando o papel do carpinteiro Engstrand, numa produção de Espectros, de Ibsen, encenada

por João Mota.

António Reis foi, também, um dos fundadores, em 1978, do FITEI — Festival de Teatro de Expressão Ibérica

—, o qual dirigiu de 1989 a 2004, com um fulgor que até hoje perdura no imaginário coletivo, consagrando essa

década como os anos altos do festival.

Além dos palcos, a sua presença também marcou os écrans da televisão e do cinema, sendo figura da

preferência em diversos filmes de Manoel de Oliveira.

Ao longo da carreira, foi distinguido com diversos prémios, nomeadamente, a Medalha de Mérito Cultural da

Câmara Municipal do Porto, em 1988; o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique, em 1995; o

prémio Lorca, da Universidade de Granada, em 1995; e o Prémio Prestígio da Casa da Imprensa.

Com a sua morte, o teatro português perde um dos vultos maiores e a Seiva Trupe um dos seus alicerces. A

sua vida é indissociável da história do teatro do Porto e a sua personalidade carismática e generosa será

recordada por todos quantos com ele se cruzaram, quer profissional quer pessoalmente.

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória de

António Reis, endereçando as suas sentidas condolências à família e amigos, à Seiva Trupe, companhia teatral

que fundou e onde foi figura maior ao longo de mais de 48 anos, e a toda a comunidade artística da cidade do

Porto.»

O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr.ª Deputada.

Srs. Deputados, vamos passar à votação da parte deliberativa do projeto de voto que acabou de ser lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

De seguida, temos o Projeto de Voto n.º 25/XV/1.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento de

Jorge Silva Melo.

Dou a palavra à Sr.ª Deputada Secretária de Mesa Palmira Maciel para proceder à respetiva leitura.

A Sr.ª Secretária (Palmira Maciel): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte

teor:

«Faleceu, no dia 14 de março de 2022, o encenador, dramaturgo e cineasta Jorge Silva Melo, figura

proeminente da cultura portuguesa, que marcou de forma perene o teatro e o cinema.

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