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I SÉRIE — NÚMERO 5

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Jorge Silva Melo iniciou estudos em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,

onde integrou o grupo de teatro. Em 1969, enquanto bolseiro da Fundação Gulbenkian, parte para Inglaterra,

diplomando-se em realização na London Film School.

De regresso a Portugal, funda com Luís Miguel Cintra o Teatro da Cornucópia, em 1973, onde foi ator e

encenador. Sete anos depois, deixa a companhia teatral e vai estagiar para Berlim e depois para Milão, sendo,

respetivamente, discípulo de Peter Stein e Giorgio Strehler. De novo em Portugal, em 1995, funda a Artistas

Unidos, companhia que dirigia até à atualidade e da qual era encenador.

Dramaturgo genial, foi autor de diversas peças, entre as quais, Seis Rapazes Três Raparigas, António, Um

Rapaz de Lisboa, Eu Não Quero Viver, O Navio dos Negros, e ainda do libreto de Le Château des Carpathes,

de Philippe Hersant.

No cinema, depois da colaboração com João César Monteiro, Paulo Rocha, António-Pedro Vasconcelos e

Alberto Seixas Santos, estreou-se como realizador em 1980, com o filme Passagem — Ou a Meio Caminho.

Realizou diversas longas-metragens, bem como documentários dedicados a artistas: Álvaro Lapa, Skapinakis,

Ângelo de Sousa e Fernando Lemos. Entre as peças em palco e os Livrinhos de Teatro, editados pela Artistas

Unidos, Silva Melo apostou permanentemente em jovens atores, revelando e encenando autores

contemporâneos.

Foi agraciado com a Ordem da Liberdade em 2004, em 2020, recebeu o Prémio D. Diniz, da Casa de Mateus,

foi homenageado com a Medalha de Mérito Cultural, em dezembro de 2021, e tornou-se doutor honoris causa

pela Universidade de Lisboa, em abril desse mesmo ano.

Como confessou um dia numa entrevista, ‘uma profissão é pouco para uma vida inteira’, por isso a itinerância

como escolha, ensaiando múltiplos possíveis. Espírito inquieto e independente, criador e crítico politicamente

comprometido, Silva Melo viveu intensamente, num desprendimento generoso que soube refletir com alegria,

desapontamento e coragem.

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória de

Jorge Silva Melo e ao seu impacto na vida cultural portuguesa, endereçando as suas sentidas condolências à

família, amigos e à Artistas Unidos, companhia de teatro que fundou e dirigia.»

O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr.ª Deputada.

Vamos passar à votação da parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Passamos, então, ao Projeto de Voto n.º 26/XV/1.ª (apresentado pelo PSD) — De pesar pelo falecimento de

Américo Sequeira.

Tratando-se também de um antigo Deputado, peço à Sr.ª Deputada Emília Cerqueira o favor de ler o projeto

de voto.

A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Sr. Presidente, começo por saudar a família de Américo Sequeira aqui

presente para assistir à apresentação deste projeto de voto, que é do seguinte teor:

«O Partido Social Democrata propõe à Assembleia da República a aprovação de um voto de pesar pelo

falecimento do Dr. Américo Sequeira, ocorrido no passado dia 19 de março deste ano.

Américo Sequeira dedicou grande parte da sua vida à causa pública, quer a nível nacional quer a nível local,

foi ainda professor do ensino secundário, função que exerceu sempre com a maior diligência, respeito e

admiração de alunos e colegas.

Foi Deputado à Assembleia da República nas listas do PSD, pelo círculo eleitoral de Viana de Castelo, nas

I, V, VI e VII Legislaturas, onde, entre muitos outros assuntos, se destacou na defesa do Alto Minho e na

participação na Comissão Eventual para a Situação em Timor-Leste.

Ocupou ainda diversos cargos de grande responsabilidade a nível autárquico, ao ocupar o cargo de

Presidente da Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez aquando das primeiras eleições autárquicas, e, mais

tarde, exerceu as funções de Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez durante três mandatos, de

1982 a 1993.

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