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14 DE ABRIL DE 2022

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A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Américo

Sequeira, bem como presta homenagem ao cidadão, democrata exemplar, professor e político humanista e

apresenta sentidas condolências aos seus familiares e ao município de Arcos de Valdevez.»

O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr.ª Deputada.

Vamos passar à votação da parte deliberativa deste projeto de voto.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Saúdo também os familiares deste nosso antigo colega, o Dr. Américo Sequeira, presentes nas galerias, em

nome da Câmara.

Segue-se o Projeto de Voto n.º 27/XV/1.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento de Lauro

António, que peço à Sr.ª Secretária Palmira Maciel o favor de ler.

A Sr.ª Secretária (Palmira Maciel): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:

«Faleceu, no passado dia 3 de fevereiro, aos 79 anos, Lauro António de Carvalho Torres Corado, realizador,

crítico de cinema, ensaísta, dinamizador e programador cultural, e referência maior da cultura cinéfila em

Portugal.

Nascido em Lisboa, a 18 de agosto de 1942, licenciar-se-ia em História, na Faculdade de Letras da

Universidade de Lisboa, em 1967. Desde cedo o cinema foi a marca distintiva da sua intervenção cívica e

cultural, sendo membro do Cine Clube Universitário de Lisboa e do ABC Cine Clube de Lisboa, e começando,

logo na década de 60, uma colaboração como crítico de cinema na imprensa, que se prolongaria por décadas,

em vários títulos — República, Diário de Lisboa, Plateia, Diário de Notícias, A Capital, Se7e, O Comércio do

Porto, Jornal do Fundão, entre outros — e que se alargaria à rádio e televisão — Rádio Comercial, Rádio Clube

Português, Antena 2 e TVI.

Promotor do potencial do cinema como forma de arte e de expressão por excelência do século XX, a sua

intervenção como programador do Estúdio Apolo 70, iniciada ainda durante a ditadura, é ainda para muitos uma

referência formativa, de abertura de horizontes e defesa da liberdade através do grande ecrã.

Ainda que a sua notoriedade e o carinho que os espetadores lhe votaram possam ter decorrido da sua

atividade de divulgador e crítico, potenciada pela sua presença televisiva, o seu lugar na história da Sétima Arte

em Portugal faz-se também do seu papel como produtor, realizador e argumentista: realizou inúmeras curtas-

metragens, longas-metragens e séries de televisão, sendo merecedora de especial destaque Manhã Submersa,

aquela que muitos consideram a sua obra mais completa e conseguida.

Ao longo da sua vida dedicou-se a praticamente todas as dimensões da sua arte de eleição. Foi programador,

diretor e integrou o júri de inúmeros festivais em Portugal e no estrangeiro — Festival Internacional de Lisboa,

Festroia, Fórum Açoriano de Cinema, FestiViana, Festival Internacional de Portalegre, Famafest, Cine’ECO,

entre outros —, escreveu e publicou mais de 50 obras dedicadas ao cinema e à sua história, e lecionou no

Instituto Politécnico do Porto, no IADE, no ISCEM e na Universidade Nova de Lisboa.

Ademais divulgou permanentemente ciclos e sessões de cinema e de debate em instituições culturais e

educativas, formais e informais, por todo o País, num quadro no qual a emblemática tertúlia do ‘Vá-Vá’,

conservou sempre um papel especial.

Em 2018, foi reconhecido pela Academia Portuguesa do Cinema com o Prémio Sophia Carreira, tendo, no

mesmo ano, sido agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República.

Mais pobre com a sua perda, o País conservará a inspiração das suas palavras sobre o papel do cinema,

‘espetáculo de fraternal comunicação’, que deve ser cultivado e colocado ‘ao serviço do homem e do seu futuro’.

Assim, reunida em sessão plenária, a Assembleia da República presta a sua homenagem à memória de

Lauro António e ao seu percurso e legado na história do cinema em Portugal, dirigindo aos seus familiares e

amigos as suas sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr.ª Deputada.

Vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser lido.

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