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I SÉRIE — NÚMERO 9

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Entre 1971 e 1974, assumiu responsabilidades pela organização e direção da ARA — Ação Revolucionária

Armada.

Foi Deputado à Assembleia Constituinte e Deputado à Assembleia da República pelos distritos de Setúbal e

Coimbra até 1983.

Jaime Serra deixou editadas obras onde inscreve a experiência e vivência própria da luta e atividade política

e partidária: Eles Têm o Direito de Saber; As Explosões Que Abalaram o Fascismo; O Abalo do Poder; e 12

Fugas das Prisões de Salazar.

Reunida em Plenário, a Assembleia da República manifesta as suas condolências aos familiares de Jaime

Serra e ao seu partido, o Partido Comunista Português.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar à votação da parte deliberativa do projeto de voto que

acaba de ser lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Saúdo os familiares de Jaime Serra aqui presentes.

Passamos ao Projeto de Voto n.º 41/XV/1.ª (apresentado pelo PS) — De pesar pelo falecimento de António

Maldonado Gonelha. Como se trata de um antigo Deputado desta Casa, peço à Sr.ª Deputada Edite Estrela o

favor de ler o projeto de voto.

A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:

«Faleceu, no passado dia 13 de abril de 2022, o antigo sindicalista, Deputado, ministro e gestor António

Maldonado Gonelha.

Nascido em Lisboa, em 9 de junho de 1935, Maldonado Gonelha destacou-se ao longo de toda a sua vida

como um exemplo de coragem e de determinação no combate pela Liberdade e pela construção da Democracia.

Eletricista de profissão, com formação em eletricidade e radiotécnica, Maldonado Gonelha concluiu o 4.º Ano

de Matemáticas Superiores da Faculdade de Ciências.

O seu percurso cívico inicia-se no movimento sindical, ainda antes do 25 de Abril, acreditando sempre no

papel que a liberdade sindical deveria assegurar numa democracia plural e na dinamização da vida económica,

social e política do País.

No Sindicato Nacional dos Eletricistas e na Federação Nacional dos Sindicatos dos Eletricistas, o seu papel

ativo torna-o figura de destaque, tendo mesmo chegado a ser designado para a Câmara Corporativa como vogal

do conselho geral desta federação sindical, entre 1973-74, antes da queda da Ditadura. Já em Democracia,

permanece ligado ao mundo sindical e desempenhará um papel preponderante na formação da UGT.

Politicamente ativo antes e depois da Revolução dos Cravos, Maldonado Gonelha teve um invejável percurso

político, tendo desempenhado os mais relevantes cargos públicos. Nos primeiros governos provisórios, foi

adjunto do Ministro dos Transportes e Comunicações e do Ministro da Indústria e Subsecretário de Estado do

Trabalho. Mais tarde, foi Secretário de Estado do Trabalho do I Governo Constitucional, Ministro do Trabalho

nos I e II Governos Constitucionais e Ministro da Saúde no IX Governo Constitucional. Foi também Deputado à

Assembleia da República na I Legislatura (pelo círculo de Setúbal), na II Legislatura (pelo círculo de Leiria), e

nas III e IV Legislaturas (de novo por Setúbal) e exerceu funções como presidente da Assembleia Municipal de

Setúbal após as primeiras eleições autárquicas de 1976. Seria aí, aliás, que marcaria grande parte do seu

percurso no Partido Socialista, presidindo à respetiva Federação Distrital, tendo igualmente militado na concelhia

de Oeiras.

O seu prestígio e reconhecida competência como gestor levaram-no, mais tarde, a ocupar cargos públicos e

privados de direção, integrando a administração da EDP, da Petrogal, da Quimigal, da COVINA, da Fórum

Atlântico, da Lusitânia-Companhia de Seguros e do Montepio Geral, tendo, também, presidido à Fundação Caixa

Geral de Depósitos. Foi, ainda, presidente dos conselhos gerais dos Hospitais de Santa Cruz e de Miguel

Bombarda e do Grupo Hospitalar de Cascais José de Almeida.

Cidadão de convicções fortes, Maldonado Gonelha era uma pessoa singular. As suas muitas qualidades

políticas e humanas — invulgar inteligência, grande perspicácia, capacidade organizativa e de trabalho, enorme

afabilidade nas relações humanas — marcaram indelevelmente aqueles que com ele privaram e com ele se

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