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I SÉRIE — NÚMERO 11

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O Sr. Jorge Salgueiro Mendes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, quero, em primeiro lugar,

agradecer a intervenção do Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches, acerca dos majestosos investimentos que o

Governo do Partido Socialista tem conseguido para Sines.

Na sua intervenção, o Sr. Deputado referiu que 52 anos depois, finalmente, agora, Sines começa a ser um

polo de desenvolvimento regional. Posso relembrar que Sines já foi um grande complexo petroquímico, um

grande complexo portuário-industrial e sempre pensei que Sines já era um polo de desenvolvimento regional,

mas agora, segundo as suas palavras, é que vai ser um polo de desenvolvimento regional, passados estes

anos todos e depois de muitos anos de governação do Partido Socialista.

Ontem, o Sr. Primeiro-Ministro, no lançamento da primeira pedra do famoso megacentro de dados,

amarrou o futuro de Sines à transição digital e energética, quando disse que tem de ser uma transição gémea,

têm de andar mão na mão — a transição digital e a transição energética. Eu compreendo, digamos, a palavra,

o sentido, mas esperamos é que isso tenha consequências e, sobretudo, que não se hipoteque, novamente, o

futuro de Sines como o grande polo de desenvolvimento regional que todos almejamos.

Neste momento, o grande problema da Europa, como o Sr. Deputado também já referiu, tem a ver com a

sua independência energética e o papel que Sines pode e deve representar como solução para o futuro da

independência energética, em especial, do centro da Europa.

Por isso, nós, Grupo Parlamentar do PSD, consideramos que este é o momento ideal para voltar a colocar

no centro do debate europeu o papel que Portugal e Espanha podem ter na independência energética da

Europa. E é necessário que, de uma vez por todas, com este Governo, se coloque, novamente, a interligação

dos Pirenéus no âmbito de um projeto de interesse comum europeu, tal como o PSD fez, quando foi Governo,

em várias cimeiras europeias.

Assim, Sr. Deputado, coloco-lhe duas questões: dado o atual contexto europeu, o PSD considera que

existe uma oportunidade única, tal como defendem os nossos Eurodeputados, no Parlamento Europeu, para

voltarmos a colocar esse projeto, da interconexão europeia a partir dos Pirenéus, como projeto de interesse

comum europeu. O Sr. Deputado e o Grupo Parlamentar do Partido Socialista comungam desta posição do

PSD?

Segunda pergunta: considera que o Governo tem de ser mais expedito na defesa deste projeto de

interesse comum, que agora tem mesmo de ser, ou vamos, mais uma vez, a reboque das circunstâncias?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, para um pedido de esclarecimentos, o Sr. Deputado Rui

Tavares, do Livre.

O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches, queria aproveitar para lhe

perguntar sobre o hidrogénio verde, uma vez que Sines é a localização-âncora de um projeto de hidrogénio

verde, aliás, ainda recentemente isso foi novamente assumido pelos Secretários de Estado da

Internacionalização e do Ambiente e da Energia.

Não menorizo, de forma alguma, a importância que o hidrogénio verde pode ter para a transição

energética, pois é uma oportunidade única para transformar energia renovável e intermitente em energia limpa

e permanente.

Portugal tem um grande potencial nessa área, como o têm outros países, e quem já o entendeu foram os

países que, antes, tiveram um papel muito importante, na Europa, no desenvolvimento e na comercialização

de outros tipos de energia, como, por exemplo, a Noruega ou os Países Baixos.

Ora, acontece que tanto a Noruega como os Países Baixos têm esses investimentos ancorados na criação

de valor através de novas empresas públicas. Na Noruega, a Statoil e a Statkraft foram, digamos, mobilizadas

pelo Governo para a possível criação de uma empresa pública e, na liberal Holanda, ou, para ser mais

rigoroso, nos Países Baixos, a Gasunie, que é 100% pública, é a empresa-farol em termos de investimentos

de hidrogénio.

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