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3 DE JUNHO DE 2022

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populacional — repito, nas zonas de maior densidade populacional! —, as casas de habitação não se percam

definitivamente para fins comerciais.

Aplausos do BE.

Temos uma crise de habitação e todas as casas são necessárias.

O direito e o privilégio do negócio ilimitado não podem superar o direito a uma habitação digna, um luxo a

que, hoje, a maioria das pessoas que vivem nas grandes cidades não consegue aceder.

Vivemos uma crise que precisa de medidas urgentes.

Sabemos como votarão os neoliberais. A questão é esta: com quem se levantarão os Deputados do Partido

Socialista?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Deputada, por ter-se contido no tempo que lhe estava atribuído. A Mesa registou a inscrição, para pedir esclarecimentos, de quatro Srs. Deputados. Como pretende

responder, Sr.ª Deputada?

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Em conjunto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Para fazer o primeiro pedido de esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Guimarães Pinto, do Iniciativa Liberal.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, o alojamento local democratizou o acesso às receitas do alojamento turístico e cerca de 90% dos proprietários de

alojamento local são pequenos proprietários.

O alojamento local permitiu que qualquer pessoa com um apartamento pudesse beneficiar do boom do

turismo.

O alojamento local alimentou esse boom do turismo, porque trouxe uma capacidade adicional de alojamento,

sem a qual esse boom não seria possível, e alimentou todos os empregos que foram criados, nos últimos anos,

no setor.

O alojamento local reabilitou o centro das cidades, onde ainda há poucos anos ninguém queria viver.

O alojamento local foi uma saída essencial para muitas pessoas que perderam o seu emprego durante a

crise e que encontraram na gestão do alojamento local uma alternativa de valorização pessoal e financeira.

O alojamento local permitiu que muitas pessoas pudessem, pela primeira vez na sua vida, tornar-se

proprietárias, porque podiam rentabilizar a sua propriedade.

O ódio do Bloco de Esquerda ao alojamento local até se entende neste contexto geral que vocês têm de ódio

à economia e ao lucro, mas custa-me muito entender que queiram voltar a entregar o setor do turismo às grandes

cadeias hoteleiras. Custa-me entender que lutem contra a democratização das receitas do turismo. Custa-me

entender que tenham apoiado a injeção de milhares de milhões de euros numa companhia aérea que presta um

serviço que seria facilmente substituível, mas aceitem destruir capacidade de alojamento que demoraria

décadas a reconstruir. Custa-me entender que queiram destruir uma capacidade de alojamento que facilmente

se converte em habitação, em casos de crise no turismo, o que não acontece com os hotéis.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de terminar.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Vou terminar, Sr. Presidente. Custa-me entender que queiram tirar o chão e o sentido de vida a pessoas que viram no alojamento local

uma alternativa profissional. Custa-me entender, ou talvez não custe, porque, para o Bloco de Esquerda, as

pessoas são vítimas menores do seu ódio ao lucro.

Aplausos do IL.

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