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3 DE JUNHO DE 2022

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O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, em nome do Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira.

O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Desde que o INE (Instituto Nacional de Estatística) publica dados das contas nacionais, nunca a economia tinha crescido tanto como no primeiro

trimestre deste ano, superando o crescimento de todos os países da União Europeia.

Risos do Deputado do IL Carlos Guimarães Pinto.

Este resultado permite que o País ultrapasse os resultados de antes do início da pandemia em 1,2%, tudo

isto após dois anos de confinamentos, desconfinamentos e incertezas profundas sobre a evolução da COVID-

19 e o seu impacto na atividade económica. Este comportamento da economia portuguesa teve um contributo

decisivo da sua internacionalização, seja pela via das exportações, seja pelo investimento direto estrangeiro.

Depois de quedas de 35% nas exportações de bens e de 54% nas exportações de serviços, este trimestre

assegurou o regresso, em termos reais, aos valores do quarto trimestre de 2019. Mais: a confiança dos

investidores no País foi sendo sempre consolidada, mesmo em períodos de crise pandémica, com resultados

extraordinários de investimento externo, revelando uma grande capacidade para atrair e reter investimento direto

estrangeiro.

Se, em 2020, em plena crise pandémica, Portugal já se encontrava no top 10 das economias europeias mais

atrativas, o mesmo estudo em relação a 2021, da Ernst & Young, revela que Portugal subiu dois lugares no

ranking, tendo ultrapassado países como a Polónia e a Irlanda — imaginem.

Risos de Deputados do CH.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, como julgo ser facilmente compreensível, nenhum destes factos ocorreu por

acaso. A boa performance da economia portuguesa no período de 2016-2019, em que foi possível convergir

com a União Europeia, reduzir os riscos de pobreza e retomar a aposta nas qualificações, foi interrompida por

razões alheias a todos nós, através da crise de saúde pública que atingiu o planeta.

Perante as adversidades extraordinárias que os portugueses enfrentaram, os sinais de recuperação robusta

que agora são apresentados refletem também a bondade das medidas empreendidas, cujo foco principal foi

sempre não apenas garantir a manutenção dos rendimentos dos cidadãos, evitando o colapso do mercado

interno e das condições de vida das pessoas, naturalmente, mas também criar todas as condições para que o

essencial da atividade económica fosse preservado de modo a assegurar o seu arranque logo que as condições

sanitárias assim o permitissem.

Apesar dos altos e baixos que a COVID-19 tem provocado e, já agora, dos novos constrangimentos trazidos

pela guerra que amplificaram as tensões inflacionistas, os portugueses podem orgulhar-se do seu País. A maior

feira do mundo da indústria, a Hannover Messe, onde se mostra o que de melhor se faz neste domínio, tem

Portugal como país parceiro, com uma presença massiva de empresas inovadoras e capazes de competir no

exigente mercado internacional.

O convite da Alemanha a Portugal representa, por um lado, o reconhecimento, por parte da muito competitiva

indústria alemã, da maturidade e competitividade deste setor em Portugal. Por outro lado, traduz-se numa

inquestionável oportunidade para o nosso País afirmar as suas capacidades de inovação e produção, de talento

e de recursos disponíveis num ambiente cada vez mais exigente de reorganização global das cadeias de valor

e de aprofundamento das transições digital e verde.

Esta oportunidade ajudará a consolidar o contributo do mercado externo para o crescimento económico e

dará novos estímulos à diversificação da nossa economia, que tem, em programas como as agendas

mobilizadoras, um acelerador de inovação, criação de novos produtos e reforço da nossa competitividade.

A Hannover Messe não deixará margens para dúvidas de que, parafraseando o slogan escolhido, Portugal

faz sentido para investir ainda mais, desenvolver e aprofundar parcerias industriais de caráter internacional,

reforçando os níveis de investimento direto estrangeiro que financia a nossa economia, cria emprego e agrega

mais inovação.

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