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I SÉRIE — NÚMERO 21

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Nos alvores da democracia portuguesa, João Gomes Alves aderiu ao PPD/PSD, partido do qual foi

dirigente local e regional, tendo presidido à Assembleia Municipal de Guimarães, com o apoio de vários

quadrantes políticos distintos do seu. Essa foi uma marca da sua personalidade: o conseguir consenso e

reconhecimento para além da sua área política.

Os Bombeiros Voluntários de Guimarães, a Associação Comercial e Industrial de Guimarães, o Centro

Social Nossa Senhora do Carmo, a Irmandade de São Nicolau ou a Assembleia de Guimarães são muitas das

instituições que serviu até ao fim dos dias generosos que viveu.

Razões por que, em reconhecimento desse percurso, o município de Guimarães lhe atribui a Medalha de

Honra do município, no ano 2018.

Lembramos hoje, no Parlamento português, mais do que o homem, o exemplo de uma vida. Uma vida de

quem se envolveu com a comunidade, escolhendo não ser indiferente ao seu tempo de vida. E é esse o

exemplo que testemunhamos e que, através deste singelo voto de pesar, desejamos que seja fecundo.

Reunida em sessão plenária, a Assembleia da República manifesta à família e amigos do Dr. João Gomes

Alves o seu mais sentido pesar.»

O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Deputada. Vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Passamos ao Projeto de Voto n.º 82/XV/1.ª (apresentado pelo PAR) — De pesar pelo falecimento de Mário

Mesquita.

Para ler o projeto de voto, tem a palavra a Sr.ª Deputada Secretária da Mesa Lina Lopes.

A Sr.ª Secretária (Lina Lopes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor: «Faleceu, no passado dia 27 de maio, aos 72 anos, Mário Mesquita, figura de referência do jornalismo

português.

Mário Mesquita nasceu em 1950, em Ponta Delgada, circunstância que, de acordo com alguns dos que lhe

foram próximos, marcaria o seu temperamento reservado e sentido de humor.

Desde cedo despertou para a política, envolvendo-se ativamente com a oposição democrática ao regime

ditatorial. Em 1973, ajudou a fundar o Partido Socialista e, nas primeiras eleições livres em Portugal, em 1975,

foi eleito Deputado à Assembleia Constituinte, tendo ainda sido Deputado, pelo PS, à Assembleia da

República, na I Legislatura.

Profissionalmente, Mário Mesquita notabilizou-se na área da comunicação social, a que dedicou grande

parte da sua vida, primeiro enquanto jornalista e, depois, professor universitário.

Ainda antes do 25 de Abril, foi jornalista no República.

No Diário de Notícias, foi diretor adjunto e, posteriormente, diretor entre 1978 e 1986. Dirigiu o Diário de

Lisboa entre 1989-1990. Mais tarde, viria a ser Provedor dos Leitores do Diário de Notícias, bem como

colunista no Público e no Jornal de Notícias.

O seu contributo para o jornalismo passou também, em grande medida, pelo ensino. Licenciado em

Comunicação Social pela Universidade Católica de Lovaina, foi como professor que Mário Mesquita formou

várias gerações de estudantes universitários, na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, na

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, ou na Universidade de Coimbra, onde

ajudou a fundar a licenciatura em jornalismo.

Eleito pela Assembleia da República para o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a

Comunicação Social (ERC), Mário Mesquita era, desde 2017, Vice-Presidente desta instituição.

O legado de Mário Mesquita para o jornalismo reflete-se nos vários prémios que lhe foram atribuídos ao

longo da sua carreira. De igual modo, o reconhecimento da sua atividade cívica e política revela-se, entre

outras distinções, na Ordem do Infante D. Henrique com que foi distinguido, em 1981, pelo Presidente da

República António Ramalho Eanes.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu profundo pesar pelo falecimento

de Mário Mesquita, transmitindo à sua família e amigos as mais sentidas condolências.»

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