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I SÉRIE — NÚMERO 28

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Portugal precisa de uma viragem na política ambiental, visando a preservação do equilíbrio da natureza e

dos seus sistemas ecológicos e recursos naturais, prevenindo, mitigando e preparando os territórios para os

efeitos das alterações climáticas, combatendo a mercantilização do ambiente.

É esse o sentido da política que o PCP defende e propõe, na intervenção que prossegue e nas várias

iniciativas legislativas que tem vindo a apresentar.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tem a

palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Foi também com uma proposta

do Bloco de Esquerda que este Parlamento reconheceu o clima estável como património comum da

humanidade. Começo por este exemplo, para dar uma resposta aos peticionários que geraram este debate,

hoje, na Assembleia da República, dizendo-lhes que acompanhamos as suas preocupações, porque

consideramos que há valores intrínsecos, quer da natureza, quer de todos os seres vivos, que devem

constituir património comum da humanidade.

Não temos uma visão de que existe o ser humano de um lado e tudo o resto do outro. Isso está datado, é

manifestamente do século passado e, claramente, não fará parte de um futuro para a humanidade.

Sabemos que os recursos naturais e os recursos essenciais à vida e ao planeta têm de ser partilhados,

porque são precisos para a vida de todos os seres vivos no planeta, dos quais os seres humanos são apenas

uma parte.

Sabemos, também, que, na justiça climática, que tem de estar inerente a este debate, há aqueles que

foram explorados ao longo de séculos, e ela não chega, não bate à porta de todos da mesma forma.

Houve a feliz coincidência de que este debate acontecesse a uma sexta-feira, a uma daquelas Sextas-

feiras pelo Futuro que os jovens organizaram, em nome de um futuro para o planeta, e onde dizem, por

exemplo, que esta geração lhes legou um desafio enorme, que é o de responder a um planeta que está com

um caos climático. Porquê? Porque o sistema económico, porque o desenvolvimento da globalização, a forma

como a economia se tem desenrolado à escala planetária não respondem pelo futuro do planeta.

Dizem também, e bem, que estas desigualdades não batem a todos da mesma forma — aos países ricos e

aos países pobres — e que muitos dos países pobres são aqueles que estão a pagar por crimes contra o

ambiente e contra o clima que não cometeram.

Mas é curioso, também, que sejam estes jovens a erguer o conhecimento científico contra aqueles que,

muitas vezes, negam as alterações climáticas, contra aqueles que se levantaram, neste Parlamento, contra o

reconhecimento do mal que as alterações do clima estão a provocar e contra aqueles que, muitas vezes, se

colocam ao lado, por exemplo, de Bolsonaro, e de outros que tais, a quem devemos lembrar que, agora,

ativistas que defendem a Amazónia como um bem comum da humanidade, porque se trata, de facto, de um

dos pulmões do planeta, são assassinados, mas sobre esta matéria nada dizem.

Ouvir o Chega a falar de conhecimento científico sem morder a língua, Sr. Deputado, é quase uma

curiosidade, porque é o alforge do negacionismo no nosso País: negam as alterações climáticas, negam um

conjunto de realidades que são claras para a comunidade científica e acompanham todos aqueles que são

pelo obscurantismo sobre as alterações climáticas, como é o caso de Bolsonaro.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Tanta mentira junta! Como pode mentir tanto sem se rir?!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E, por isso, desse ponto de vista, a todas as jovens gerações que se

levantam pelo futuro, nós dizemos presente, ao contrário de outros, que deviam morder a língua.

Aplausos do BE.

O Sr. Rui Paulo Sousa (CH): — Ignorância!

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