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I SÉRIE — NÚMERO 32

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como positivos, mas que afeta, e muito, uma visão de economia internacional baseada em interdependências,

não só em Portugal como no resto da Europa. Portugal não é uma ilha económica.

Sr. Deputado, para pessoas como o senhor ou como eu, nascidas na segunda metade da década de 70 ou

na primeira década de 80, não há memória, na nossa vida adulta, de uma pressão inflacionista desta dimensão.

Esta crise, além do mais, veio permitir um debate sobre a dependência do espaço da União Europeia em

relação a alguns produtos industriais e do setor agrícola, como é o caso dos cereais.

A invasão da Ucrânia pela Federação Russa aumentou, e muito, esta pressão inflacionista e a pressão sobre

os preços. Por exemplo — e mesmo que não seja um fator que interesse ao PCP —, a verdade é que para

Portugal sustentar a sua economia precisa de continuar a diminuir a dívida pública e a apresentar

responsabilidade orçamental. Como é que o PCP defende políticas de preços controlados, que levam,

naturalmente, a défices tarifários, sem aumentar o défice e sem aumentar a pressão sobre as contas públicas?

Sobre a inflação, um primeiro ponto relevante é o de saber que importa defender os consumidores,

nomeadamente os mais vulneráveis.

Entre outubro e junho, a carga fiscal sobre os combustíveis já baixou 18 pontos percentuais, permitindo que

o impacto sobre as famílias seja de 28 cêntimos por litro no gasóleo e de 32 cêntimos por litro na gasolina. Que

alternativas reais tinha o PCP que não passassem por fixar administrativamente os preços, com consequências

claras na criação de défice tarifário?

Na eletricidade, o Mecanismo Ibérico permitiu uma poupança de 14%. Qual a posição do Partido Comunista

Português em relação a esta política ibérica,…

Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto.

… que permitiu uma diminuição de 14% na tarifa de eletricidade?

A nível empresarial, demos apoios às empresas de transportes, apoios nos fertilizantes e apoios claros a

todos os setores mais desfavorecidos, nomeadamente àqueles que eram mais dependentes do gás.

Para as famílias…

O Sr. João Dias (PCP): — Quais famílias?

O Sr. Hugo Costa (PS): — Para as famílias mais desfavorecidas, houve o apoio do cabaz alimentar.

Reconhecendo que temos um enorme desafio histórico e que a história económica não dá razão nenhuma

às propostas de fixação administrativa dos preços que o Partido Comunista nos apresenta, quais são as reais

alternativas do Partido Comunista Português para resolver esta crise económica e inflacionista?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para um segundo pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos

Guimarães Pinto, do IL.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, tenho ouvido o PCP a falar sobre a

questão da inflação e o PCP tem esta visão intelectualmente básica e maniqueísta da economia, segundo a

qual, depois de décadas sem inflação, os empresários, um dia, acordaram e lembraram-se de subir os preços.

Protestos do PCP.

Reuniram-se todos numa cave escura e decidiram aumentar os preços para prejudicar as pessoas.

Srs. Deputados, a economia é muito mais complicada do que isso.

Tivemos uma injeção monetária sem precedentes na última década, tivemos uma pandemia que interrompeu

as cadeias de abastecimento, tivemos uma retoma do consumo que foi mais rápida do que a retoma da produção

e, em cima disso — embora os senhores não o admitam —, tivemos uma invasão no centro da Europa, que

colocou em disputa dois dos principais produtores do setor primário.

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