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8 DE JULHO DE 2022

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e outros bens alimentares que, com algum investimento e uma política orientada nesse sentido, Portugal poderia

estar a produzir para si, em vez de comprar lá fora.

A par destas importantes questões, também os problemas no acesso aos serviços públicos e na sua

capacidade de assegurar os direitos sociais universais que lhes correspondem têm constituído preocupações

marcantes na vida nacional.

Nas dificuldades do Serviço Nacional de Saúde ou da escola pública e nas limitações da resposta da

segurança social ou na falta de creches, são muitos e evidentes os exemplos de desinvestimento,

subfinanciamento crónico e desvalorização dos serviços públicos como eixo central das opções da política de

direita.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Esta política do Governo PS coloca Portugal

numa situação de ainda maior vulnerabilidade face a previsíveis desenvolvimentos negativos da situação

económica internacional. O Governo está em funções há 100 dias, mas as ilusões que pudessem existir sobre

a maioria absoluta do PS e sobre as suas opções políticas já ficaram pelo caminho há muito tempo.

É urgente inverter este rumo e o PCP tem apresentado as propostas que apontam no sentido da solução

destes problemas.

Com esta interpelação ao Governo damos voz à luta dos trabalhadores, de norte a sul do País, contra a

exploração, o empobrecimento, o ataque aos direitos. Nessa luta por uma vida melhor está também a grande

razão de esperança e confiança que ganha mais força.

A esta hora, milhares de trabalhadores de todos os setores iniciam a sua marcha em direção a esta

Assembleia para fazerem ouvir a sua voz e a justeza da sua luta.

Queremos daqui saudar estes trabalhadores, saudar a firmeza de quem sabe ter a força da razão e da

unidade e manifestar daqui, desta sessão plenária, a solidariedade de sempre do PCP.

Não ignoramos o peso de décadas de política de direita na dura realidade que enfrentamos, nem os

obstáculos que constituem as opções do PS e a maioria absoluta que suporta o Governo. Mas, hoje como

sempre, o PCP não desiste do País, não desiste de lutar pela política alternativa que é preciso pôr em prática

para dar resposta aos problemas nacionais e assegurar um Portugal com futuro.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Bruno Dias, a Mesa regista duas inscrições para pedidos de

esclarecimento. Julgo que não haverá objeção por parte de nenhum grupo parlamentar a que eles possam ser

apresentados e respondidos de imediato.

Pausa.

Não havendo objeção, para formular o primeiro pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado

Hugo Costa, do Partido Socialista.

O Sr. Hugo Costa (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Sr. Deputado Bruno

Dias, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista gostaria, em primeiro lugar, de cumprimentar o Grupo

Parlamentar do PCP pela escolha do tema da interpelação do dia de hoje. Discutir a inflação e as respostas

sociais é discutir o tema que certamente os portugueses mais sentem no dia a dia. Quanta diferença, por

exemplo, em relação ao debate que os populistas marcaram para o dia de ontem, uma moção de censura à

oposição de direita.

Protestos do CH.

Vamos ao tema da inflação. A pressão inflacionista resulta de fatores internacionais e externos ao nosso

País.

Por um lado, a pandemia de COVID-19 levou a ruturas nas matérias-primas e nas cadeias de distribuição,

originando pressão sobre os preços e verdadeiros fenómenos de desglobalização, que o PCP deve considerar

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