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9 DE JULHO DE 2022

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negociada deste conflito, visam, sim, o prolongamento da guerra e do aproveitamento que o grande capital e as

grandes potências, com destaque para os Estados Unidos da América, dela estão a fazer. São propostas que

não podem ser desligadas das quantidades colossais de armamento que estão a ser colocadas naquele território

e nas mãos de forças de extrema-direita, nem da expectativa dos que se perfilam para o gigantesco negócio a

pretexto da reconstrução e para o qual as grandes multinacionais querem ver criadas as condições que

assegurem os lucros esperados.

Protestos do Deputado do PSD Ricardo Baptista Leite.

A discussão sobre a dívida, seja a deste país, seja a das dívidas ilegítimas de inúmeros países africanos ou

latino-americanos, entre outros, pode e deve vir a ter lugar desde que conduzida para promover a paz e a

cooperação entre os povos e não a confrontação, a pilhagem e o aproveitamento do sofrimento dos povos.

Que fique claro: o PCP é a favor da anulação ou renegociação de dívidas ilegítimas e injustas no interesse

dos respetivos povos, mas a anulação ou mesmo a renegociação da dívida da Ucrânia nas atuais circunstâncias

não é um ato de justiça para o povo e os trabalhadores desse e dos outros países. É um incentivo ao

prolongamento da guerra, mutualizando os custos das armas e da destruição que estas estão a provocar.

Porque defendemos a paz, entendemos que Portugal não deve pagar o militarismo e a guerra que outros

insistem em prolongar e intensificar. Por isso, votamos contra.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Chega, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Paula Santos: O PCP não vota contra por causa

da extrema-direita e dos Estados Unidos. O PCP vota contra porque sempre esteve ao lado da Rússia nesta

invasão militar. É por isso que o PCP vota contra, não é por mais nada!

Aplausos do CH.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Pelo PCP falamos nós!

O Sr. João Dias (PCP): — Devia ter vergonha de ser tão mentiroso!

O Sr. André Ventura (CH): — Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, fiquei, confesso, um pouco estupefacto

com o argumento. Se bem entendi, disse a Sr.ª Deputada isto: «É que, meus caros, já estamos a pagar muita

coisa. Já estamos a pagar subsídios que não devemos, já estamos a pagar à banca o que não devemos,

estamos a pagar a indústrias o que não devemos. Por isso, caros compatriotas, porque não pagar também a

outros ainda mais, já que temos tanto dinheiro disponível?» Não é assim que se gere um país, Sr.ª Deputada!

Um país gere-se a olhar para o futuro. Não faz sentido, como o próprio Governo ucraniano já reconheceu, que

os europeus estejam a emprestar — e bem — milhões, biliões de dólares e de euros à Ucrânia e agora virmos

simplesmente dizer: o que é que isto interessa? Nada, está apagado, é como se não existisse. Não é assim que

funciona!

O que funciona é sabermos apoiar quando é preciso apoiar, mas não apoiar à custa dos portugueses, dos

espanhóis e dos italianos, é apoiar à custa dos russos, porque foram eles que geraram esta guerra.

Aplausos do CH.

A Sr.ª Deputada o que diz é: «Não, não! Quem é que vamos penalizar? Os russos? Não, vamos penalizar

ainda mais os portugueses.» É assim que o PAN funciona! Por isso é que passou de quatro para um e, se calhar,

passa de um para zero muito em breve.

Aplausos do CH.

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