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I SÉRIE — NÚMERO 34

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Sr. Primeiro-Ministro, na minha região, ontem, os médicos do serviço de urgência do hospital de Penafiel

pararam em sinal de protesto. Pararam porque vivem um cenário de guerra, um cenário de terceiro mundo:

tinham 60 doentes internados nos corredores da urgência, doentes em sofrimento, a maior parte idosos,

acamados, sem privacidade, privados de fazer a sua higiene e do conforto que merecem. A isto, Sr. Primeiro-

Ministro, chama-se falta de humanidade. O que se passa nos hospitais, por esse País fora, é falta de

humanidade!

Gostava que o Sr. Primeiro-Ministro fosse médico ou enfermeiro por um dia ou, melhor, por uma noite e

tivesse de ver doentes às 4 horas, às 5 horas, às 6 horas da manhã e decidir entre a vida e a morte.

Sr. Primeiro-Ministro, sabe quando é que a saúde vai mudar em Portugal? No dia em que o Sr. Primeiro-

Ministro tiver de fazer um turno de 24 horas a um sábado, no dia em que um secretário de Estado tiver de

esperar 12 horas para ser atendido numa urgência ou no dia em que um membro do Governo tiver um familiar

internado no corredor à espera de uma cama.

Aplausos do PSD.

Nesse dia, garanto-vos, o País muda, porque os senhores passarão a valorizar as carreiras dos profissionais

e a melhorar as condições de trabalho.

Antes de ouvir a sua intervenção, Sr. Primeiro-Ministro, vinha perguntar-lhe, olhos nos olhos, se dorme

descansado ao saber o estado de destruição a que a sua governação conduziu o Serviço Nacional de Saúde.

Mas, depois de ouvir a sua intervenção, venho é perguntar-lhe se vive no mesmo País que nós.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, em nome do Grupo Parlamentar do Chega, tem a

palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Ministros, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro,

em primeiro lugar, deixe-me referir que responder a 17 pedidos de esclarecimento ao mesmo tempo é quase

antidemocrático, mas já estamos habituados a que o Governo do PS e o Primeiro-Ministro, António Costa, façam

isso.

Aplausos do CH.

O Sr. Primeiro-Ministro disse, da tribuna, que são os «velhos do Restelo» quem critica esta governação do

Partido Socialista. Gostaria de dizer-lhe que não são os «velhos do Restelo» que a criticam, são aqueles que

sabem, que falam com o português comum, que conhecem os problemas do País real, dos pescadores, dos

taxistas, dos agricultores, de todos os que trabalham e com quem falamos. Se calhar, o Governo não fala e, por

isso, não sabe e chama-lhes «velhos do Restelo».

E, sim, há caos. O Sr. Primeiro-Ministro não gosta da palavra, mas nós vamos usá-la, porque, nesta bancada,

ao contrário de outras, tem oposição à séria. Há caos na saúde, sim: 1 milhão e 400 mil pessoas sem médico

de família e consultas atrasadas dois anos. Relativamente às grávidas, sabe porque só 3% das grávidas não

são atendidas nas urgências? Porque as outras já sabem que estas estão fechadas e já vão a outro lado, por

exemplo, a Espanha, pois os bebés do distrito de Portalegre têm ido nascer a Badajoz.

Quanto ao aeroporto, falou — louve-se! — no «enorme trabalho» do SEF, aquele SEF que o Sr. Primeiro-

Ministro quer extinguir com a extrema-esquerda. Afinal, o SEF está a fazer um enorme trabalho no aeroporto.

Ficamos felizes com isso!

Aplausos do CH.

Quanto à insegurança, ainda ontem houve um homicídio em Odivelas.

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Oh!

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