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I SÉRIE — NÚMERO 34

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Estão todos os problemas resolvidos? Claro que não. Há muitos problemas por resolver, e é por isso que

aqui estamos, para continuar a resolver, um a um, cada um dos problemas. É isso que temos feito, é isso que

estamos a fazer, é isso que continuaremos a fazer.

Aplausos do PS.

Protestos do CH e do PCP.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Para que servem as perguntas?! Que arrogância! Que falta de respeito!

O Sr. André Ventura (CH): — Responde para a próxima!

Neste momento, assumiu a presidência o Vice-Presidente Adão Silva.

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, aproveito para

cumprimentar VV. Ex.as e passamos à fase das intervenções.

Pelo Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, vai usar da palavra, para uma intervenção, o Sr.

Deputado Rui Cristina.

O Sr. Rui Cristina (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro: A desorganização

que grassa no Serviço Nacional de Saúde e que tem conduzido à sua degradação é cada vez mais acelerada.

Assistimos, agora, ao desvio de médicos para os desfalcados serviços de urgência, médicos que deveriam

estar a dar consultas e a fazer cirurgias, e adia-se o tratamento de doentes, o que faz aumentar as já

quilométricas listas de espera.

O SNS está numa situação gravíssima. O Dr. Correia de Campos já profetizava, em maio de 2019, e cito: «O

SNS (…) infelizmente encontra-se bem perto de uma crise grave». É pena não terem escutado o vosso

camarada.

Aplausos do PSD.

O SNS está a ser degradado por aqueles que se diziam seus pais e juravam defendê-lo com esta política de

tapar buracos, em vez de se adotarem soluções estruturantes e tecnicamente consistentes.

Mas esse é, normalmente, o preço da esquerda no poder e a sina de um povo que cai no conto das vacas

voadoras do Partido Socialista.

Aplausos do PSD.

Só que a desorganização é tal que continuam sem garantias de funcionamento os serviços de urgência. Tal

não impediu o Sr. Primeiro-Ministro de afirmar, a 18 de junho — e as palavras são suas —, que «(…) parte dos

problemas a partir de segunda-feira estará normalizada», isto é, a partir do dia 20 de junho.

Sabemos bem que não foi assim. A urgência do Hospital Garcia de Orta fechou ontem às 8 horas da manhã.

Repete-se o cenário nos hospitais de Braga, de Santarém, de Abrantes, das Caldas da Rainha e o bloco de

partos do Hospital de Portimão fecha amanhã e assim permanecerá até ao fim de semana.

Mas as falhas também existem em pediatria, em ortopedia e em várias especialidades cirúrgicas. Corremos

o risco de as escalas de agosto estarem comprometidas, com mais serviços de urgência hospitalar a encerrarem.

Perante este descalabro, temos hoje uma Ministra, que já não existe politicamente, a propor criar o lugar de

diretor executivo do SNS, o que soa como mais um job para os boys.

Como diz o Governo, o SNS tem hoje mais despesa, mais profissionais do que em 2015, mas o facto é que

há piores resultados. Esta é bem a marca da governação falhada do PS na área da saúde: a desorganização,

as falhas, a quebra nos serviços. Os atrasos decorrem da falta de médicos e estes não querem trabalhar no

SNS por falta de condições de trabalho, por falta de progressões na carreira e, finalmente, por falta de uma

remuneração-base decente. Não é de admirar que se abram concursos e as vagas fiquem por preencher.

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