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I SÉRIE — NÚMERO 34

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Pública, o estado das finanças e da economia, o estado da coesão territorial, o estado da demografia, o estado

do próprio Estado — e veja-se só como assistimos há pouco tempo ao estado do próprio Governo —, pois em

tudo isto há estagnação e em tudo isto há degradação.

O estado da Nação, por isso, é uma degradação do Estado e o atual Primeiro-Ministro tem 5572 dias de

responsabilidades acumuladas em relação ao estado a que o País chegou.

Sr. Primeiro-Ministro, já não pode, não pode mesmo, sacudir a água do capote. O senhor é o rosto da

estagnação em que o País está e da degradação em que o Estado se encontra.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Sr. Deputado, tem mesmo de terminar.

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Termino já, Sr. Presidente.

O Sr. Primeiro-Ministro é o responsável máximo pelo estado a que chegámos.

Aplausos do IL.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Vai intervir, pelo Governo, o Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática,

Duarte Cordeiro.

Tem a palavra, Sr. Ministro.

Pausa.

Peço desculpa, Sr. Ministro. Segundo a informação de que a Mesa dispõe quanto ao alinhamento dos

trabalhos, seria o Sr. Ministro a intervir agora. No entanto, também estão inscritos para intervir os Srs. Deputados

Jerónimo de Sousa, do PCP, Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, Inês de Sousa Real, do PAN, e Rui

Tavares, do Livre. Se entenderem bem, acho correto que seja feita esta ronda pelos grupos parlamentares antes

de o Sr. Ministro usar da palavra.

Sendo assim, e pedindo desculpa ao Sr. Ministro, damos a palavra Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, do

Grupo Parlamentar do PCP.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Membros do

Governo: Portugal pode ser um país desenvolvido, moderno, capaz de satisfazer as necessidades e

corresponder às aspirações e anseios do seu povo e de contribuir para um mundo de paz, cooperação,

progresso e justiça social.

Portugal é um país com capacidades imensas, com potencialidades e recursos que, devidamente

aproveitados e enquadrados num projeto soberano de desenvolvimento nacional, poderiam garantir às jovens

gerações um futuro melhor, pelo qual lutam e ao qual têm direito.

Falta a Portugal vontade de concretizar uma política capaz de materializar tal objetivo e de apontar ao povo

e ao País o caminho a trilhar para alcançar aquele destino. Essa política existe, o PCP assume-a e não desistirá

de a afirmar e de se bater por ela.

O País que discutimos é um país marcado pelo domínio do grande capital e dos grupos económicos sobre a

vida nacional, pela sua crescente apropriação da riqueza e dos recursos nacionais e por uma política claramente

ao seu serviço.

As consequências económicas e sociais desta realidade são dramáticas e estão à vista: nas crescentes

injustiças e desigualdades; no agravamento dos défices estruturais, que comprometem o futuro nacional; na

negação de direitos por incapacidade dos serviços públicos em assegurar a resposta que os garanta; no

contraste resultante das portas giratórias entre as responsabilidades governativas e os grandes interesses

económicos, e as benesses dadas a esses mesmos grupos para que acumulem lucros milionários; e na

imposição aos trabalhadores e ao povo de uma acentuada degradação das suas condições de vida. Tudo isto

se faz à margem e em confronto com a Constituição e os direitos e valores que esta consagra.

Ninguém pode encarar com estranheza, neste quadro, o crescente descontentamento dos trabalhadores e

do povo com o rumo imposto ao País pela ação dos grupos económicos e pelas opções do Governo. Se os

grupos económicos aproveitam a situação, tal como antes aproveitaram a epidemia para aumentar preços e

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