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I SÉRIE — NÚMERO 34

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A pergunta que lhe deixo, Sr. Primeiro-Ministro, é precisamente essa: a de saber se a pré-anunciada

materialização da subida das taxas de juro põe em causa o propósito do Governo de prosseguir uma trajetória

consistente de redução do nosso endividamento ou se, pelo contrário, vem mesmo reforçar a sua importância.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a

palavra a Sr.ª Deputada Andreia Neto.

A Sr.ª Andreia Neto (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro,

em 2014, o Parlamento, na sequência do Grupo de Trabalho para Análise da Problemática dos Incêndios

Florestais, recomendou ao Governo que avaliasse a possibilidade de aquisição, por parte do Estado, dos

Canadair, recorrendo a fundos comunitários.

O Sr. Primeiro-Ministro, em 2016, recebeu do anterior Governo um projeto para a aquisição desses mesmos

aviões, financiado, aliás, pelo Portugal 2020. Sr. Primeiro-Ministro, eram 50 milhões de euros a fundo perdido

para comparticipar, até 85%, a compra das duas aeronaves. Mas, nessa altura, o Sr. Primeiro-Ministro entendeu

que era mais rentável alugar do que comprar os aviões, e não deu seguimento a essa aquisição, afirmando que

saía mais caro comprar do que alugar, decisão essa que causou, aliás, uma enorme estranheza na máquina

que geria os fundos comunitários, precisamente porque não tinha sido fácil para o Governo anterior, que

estabeleceu uma grande prioridade no combate aos incêndios florestais, convencer a Comissão Europeia a

desembolsar esse valor para Portugal conseguir adquirir os aviões que o Sr. Primeiro-Ministro, em 2016,

entendeu não adquirir.

Estranho é, Sr. Primeiro-Ministro, que, passados sete anos, os meios existentes no mercado de aluguer já

não sejam, afinal, os melhores. Aliás, lembro a notícia comunicada ontem na audição, na 1.ª Comissão, da Sr.ª

Secretária de Estado da Proteção Civil, que disse que a única hipótese, neste momento, era comprar os aviões,

porque os meios eram escassos e os aviões existentes para aluguer eram antigos.

Sr. Primeiro-Ministro, as perguntas que lhe deixo são: porquê esperar sete anos? Porquê gastar mais

dinheiro? Não teria sido diferente se estes aviões que o Sr. Primeiro-Ministro dispensou, em 2016, tivessem

estado, durante todos estes anos, ao serviço de Portugal, evitando estarmos sete anos sem meios próprios?

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, como estamos habituados às suas faltas de resposta, adianto desde já aquele

que é o meu comentário: porque seria de outra forma? Esta é a governação socialista no seu melhor!

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, em nome do Grupo Parlamentar do Chega, tem a

palavra o Sr. Deputado Filipe Melo.

O Sr. Filipe Melo (CH): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro,

ouvi com muita atenção a sua intervenção e tenho uma questão para lhe colocar: em que país é que o senhor

vive? É que nós todos queremos ir para lá!

Vozes do CH: — Muito bem!

Protestos do PS.

O Sr. Filipe Melo (CH): — É que, no País onde nós vivemos, a inflação está em máximos históricos — o

nível mais alto dos últimos 30 anos — e vai terminar este ano em 10%.

No País onde nós vivemos, o investimento público é suportado, em 90%, por fundos europeus.

No País onde nós vivemos, os impostos sobre os combustíveis estão situados nos 46%, o preço da

eletricidade subiu 5 €, no mercado livre, só este ano, 75% dos jovens têm salários abaixo dos 950 € e, no PRR,

apenas 1% das empresas privadas estão a ser apoiadas e 80% das empresas nem sequer concorreram aos

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