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I SÉRIE — NÚMERO 39

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Meço bem as minhas palavras: lamentar, porque a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO não vem por

paz, nem transforma em pomba da paz uma organização responsável por guerras tão ignóbeis e tão injustas

como a da Jugoslávia, a do Afeganistão, a do Iraque ou a da Síria.

Aplausos do BE.

Não transforma em pomba da paz uma organização que acolheu, no seu seio, ditaduras e ditadores, que foi

responsável por golpes contra democracias e que foi responsável por atentados terroristas de falsa bandeira.

Por isso, não: o Bloco de Esquerda nunca poderia ser a favor do alargamento de uma organização que não

conhece pombas, apenas conhece bombas a que chama bombas da paz. Podemos lamentar a história, mas

não podemos mudá-la, e a história da NATO é a história da guerra e da agressão contra os povos.

Dito isto, não peço aos Srs. Deputados e às Sr.as Deputadas uma apreciação histórica da NATO,

desenquadrada das suas próprias convicções e das filiações de cada Deputado e de cada partido, o que peço

aos Srs. Deputados e às Sr.as Deputadas é que, nesse exercício livre de consciência que o seu mandato

significa, se pronunciem sobre os termos do acordo de adesão da Finlândia e da Suécia à NATO. Também peço

que respondam não a mim, mas a uma Deputada sueca que lutou contra o Daesh e que perguntou o seguinte

no Parlamento sueco: «Este acordo não é uma traição por parte do Governo sueco, dos Estados da NATO, do

Secretário-Geral da NATO, ao enganarem todo um povo que libertou o mundo inteiro do Estado Islâmico,

sobretudo os milhares de mulheres que se sacrificaram para libertar o mundo do Daesh?»

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — O partido dessa Deputada perdeu as eleições!

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Srs. Deputados, na vossa consciência, os aclamados valores ocidentais e

a luta da democracia contra as autocracias são compatíveis com esse acordo? Como é que cada Deputado vota

este alargamento sabendo que aquilo que o sustenta é um acordo para a extradição de refugiados curdos e

para a venda de armas à Turquia? Onde é que cada Deputado encaixa os aclamados valores ocidentais, ou

pelo menos os seus próprios valores, sabendo que este acordo entrega refugiados curdos, que hoje se julgam

em segurança, à prisão e à tortura?

Onde é que fica a paz e a democracia quando este acordo autoriza a Turquia a aterrorizar mais de 100 000

curdos que vivem na Suécia e que sabem que o seu destino e que o destino do povo curdo às mãos da Turquia

já conta com mais de 2000 aldeias destruídas, bombardeamentos de civis, execuções, tortura e prisões?

A que valores é que responde este acordo que vende os aclamados heróis da guerra contra a barbárie

islâmica a um regime ditatorial? E onde é que fica também a defesa do direito deste povo à sua

autodeterminação e a não ser bombardeado nos seus projetos, também eles projetos laicos, multirreligiosos,

com respeito pela igualdade de género, projetos democráticos, que hoje são os únicos que existem naquele

território e que a Turquia prometeu destruir?

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de concluir.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Termino, Sr. Presidente.

Como é que se permite ao sultão da NATO decidir a sorte de um povo acolhido por outro Estado soberano?

Como é que se permite ao sultão da NATO decidir o que é a NATO? Como é que se permite ao sultão da NATO

decidir o que é a Europa, o que é a paz na Europa e o que é a estratégia de segurança da Europa?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares, do Livre.

O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as Embaixadoras da Finlândia e da

Suécia: Ainda há poucos anos, o Presidente Macron, da França, dizia que a NATO estava em morte cerebral e

o Presidente Trump, dos Estados Unidos, que ela era obsoleta.

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