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I SÉRIE — NÚMERO 39

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Submetida à votação, foi aprovada, com votos a favor do PS, do PSD, do CH, da IL, do PAN e do L e

abstenções do PCP e do BE.

A Sr.ª Deputada Paula Santos está a pedir a palavra para que efeito?

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, é para anunciar a entrega de uma declaração de voto.

O Sr. Presidente: — Está registado, Sr.ª Deputada.

Passamos ao Projeto de Voto n.º 153/XV/1.ª (apresentado pelo PAR e subscrito pelo PS, pelo PSD, pelo CH,

pela IL, pelo PCP, pelo BE, pelo PAN e pelo L) — De pesar pelo falecimento de Ana Luísa Amaral.

Peço à Sr.ª Secretária Palmira Maciel o favor de o ler.

A Sr.ª Secretária (Palmira Maciel): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor:

«No passado dia 5 de agosto, faleceu, no Porto, Ana Luísa Amaral. Tinha 66 anos e era das autoras mais

acarinhadas e reconhecidas da poesia portuguesa.

Ana Luísa Amaral era poetisa — porque assim tinha de ser, como dizia —, tendo feito carreira na

universidade, onde era professora jubilada da Faculdade de Letras do Porto, e ensinou Literatura e Cultura

Inglesa e Americana. Também foi tradutora de autores como Shakespeare, Louise Glück e Emily Dickinson,

americana sobre a qual escreveu a sua tese de doutoramento.

Ana Luísa Amaral publicou o seu primeiro livro de poemas, Minha Senhora de Quê, aos 34 anos. Desde

então, deixou-nos mais de três dezenas de livros, muita poesia, mas também teatro, livros para crianças ou

ensaio. O valor literário da sua obra tem sido consensualmente aclamado, assim como a importância social e

política do seu trabalho em torno dos estudos feministas, de que são exemplo, entre outros, os ensaios sobre

as Novas Cartas Portuguesas, ou o Dicionário de Crítica Feminista, temas que marcaram a sua investigação

académica e intervenção cívica.

A sua obra poética singular, que nos ajuda a desvendar o mundo, e o seu percurso marcado pela defesa da

liberdade, da dignidade da pessoa e da igualdade de género foram, por diversas vezes, distinguidos, tanto em

Portugal como no estrangeiro, de que são exemplo a recente condecoração, pelo Presidente da República, com

o grau de Comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada, o Prémio Literário Correntes d’Escritas, o Prémio de

Poesía Fondazione Roma, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio PEN

ou o Prémio Vergílio Ferreira.

Entre as muitas distinções que recebeu, conta-se, em 2021, o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-

americana, pelo significativo contributo para o património cultural do espaço ibero-americano (a terceira

portuguesa a receber este prémio), reconhecendo uma obra ‘de abertura, respeito, tolerância e reivindicação’,

atendendo ao valor do pequeno e do quotidiano, ‘como uma revelação e uma vivência metafísica, sempre a

partir de uma experiência de ética, de compromisso com os direitos e liberdades e, sobretudo, para que a voz

das mulheres seja ouvida’.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, expressa o seu pesar pelo falecimento da poetisa

Ana Luísa Amaral, endereçando à sua família e amigos as mais sentidas condolências.»

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar a parte deliberativa do projeto de voto que acaba de ser

lido.

Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade.

Saúdo também a filha e demais familiares aqui presentes e apresento as condolências do Parlamento.

Segue-se o Projeto de Voto n.º 154/XV/1.ª (apresentado pelo PAR e subscrito pelo PS, pelo PSD, pelo CH,

pela IL, pelo PAN e pelo L) — De pesar pelo falecimento de Mikhail Sergeevitch Gorbatchov.

Para proceder à sua leitura, dou a palavra à Sr.ª Secretária Maria da Luz Rosinha.

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