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24 DE SETEMBRO DE 2022

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Criámos uma República daqueles que acham que têm direito a tudo sem terem deveres nenhuns para com os seus concidadãos.

Criámos a República dos que têm direito a receber todos os dias, mas nunca têm direito a pagar nada, nem a trabalhar.

Esta igualdade, que os liberais não suportavam, devia ser recordada hoje, nesta frase tão liberal: podemos receber, mas também temos de trabalhar para o fazer.

Aplausos do CH. Era bonito que também recordassem estas frases nos dias de hoje, e não frases vazias sobre o que foi a

Constituição de 1822, a Revolução dos Cravos e todo um mundo maravilhoso que se lhe seguiu e que aqueles que nos estão a ver, em casa, sabem que não é verdade.

Podemos sempre contar 1000 mentiras aos portugueses, mas eles sabem que não é verdade, porque sentem-nas todos os dias, na sua vida. Sentem todos os dias aquilo que têm de pagar para ir trabalhar, sentem todos os dias aquilo que têm de sustentar, eles sentem o que é não ter dinheiro para pagar os livros dos filhos, eles sabem o que é não ter dinheiro para o gasóleo. Isto, eles sabem. Em 1822 não sabiam, mas hoje sabem.

Enquanto nos rimos dos portugueses que estão em casa e não conseguem pagar gasóleo, lembrem-se da pergunta que fiz no início: «Que raio estão eles ali a celebrar hoje? Sim, no dia em que eu não consigo pagar as despesas dos meus filhos, que raio estão eles a celebrar? No dia em que não há dinheiro para colocar no sistema nacional de saúde, que raio estão eles ali a celebrar? No dia em que não há dinheiro para dar um aumento digno da inflação aos pensionistas, que raio estão eles ali a celebrar hoje?»

Não nos devemos esquecer desta pergunta, porque não estamos aqui por nenhuma graça divina nem por uma missão histórica, estamos, porque os nossos compatriotas nos elegeram.

Aplausos do CH. Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Srs. Deputados, o direito de

propriedade foi uma das grandes conquistas do liberalismo. Todos os grandes autores do liberalismo o definem como o centro do pensamento liberal, e nunca como hoje o direito de propriedade foi posto em causa.

Quando temos uma carga fiscal que aniquila metade do rendimento dos portugueses, quando batemos, no ano passado, o recorde histórico de carga fiscal, como é que ninguém chega aqui e diz que, hoje, está em causa o direito de propriedade?! O Governo, ao primeiro contratempo que tem, lança mais impostos sobre os portugueses, tal como os reis faziam, no tempo do absolutismo: sempre que havia necessidade, aplicavam mais impostos sobre as pessoas.

Quando lembramos o liberalismo, devemos lembrar esses que estão aniquilados em impostos, que estão esfolados e já não conseguem pagar mais. «Que raio estão eles ali a celebrar, hoje? Hoje, que não tenho dinheiro para nada mais, o que é que eles estão a celebrar?»

A propriedade nunca esteve tão em causa como hoje. Nunca esteve tão em causa, quando pequenos negócios, pequenos empresários, não conseguem manter-se à superfície, com um Estado que lhes leva tudo e não lhes devolve absolutamente nada, com um Estado que tem uma das maiores cargas fiscais da Europa e que, no ano passado, bateu o recorde bruto de carga fiscal.

Polígrafos à parte, esta é a verdade que os portugueses conhecem, quando se perguntam: «O que é que eles estão a celebrar hoje, na Assembleia da República?»

Sr. Presidente da Assembleia da República, ouvi-o hoje, de manhã, dizer que a liberdade de imprensa era uma das grandes áreas de celebração do liberalismo. E é, a liberdade de opinião, a liberdade de imprensa, de podermos ter escrutínio e acompanhamento. Mas onde é que está essa liberdade de expressão, quando o Governo tenta progressivamente amordaçar aqueles que deviam ter livre opinião?!

Onde é que está a liberdade de opinião, quando alguns órgãos de comunicação social tomam como populistas e mentirosos alguns e como responsáveis e estadistas outros, mesmo se estes últimos são os grandes responsáveis pelo estado em que estamos hoje?

Aplausos do CH.