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29 DE SETEMBRO DE 2022

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horários — e o Governo já assumiu o compromisso político de que, a partir de 1 de outubro, haverá mais um

horário na Linha do Leste —, para aumentar a frequência e ajustá-la às necessidades das populações, para

eletrificar a linha e para aproximar a capital de distrito, a cidade de Portalegre, da ferrovia, porque o Alto Alentejo

não pode perder o comboio da mobilidade sustentável.

Neste debate, se há sítio em que o Alentejo de ontem, o Alentejo que fomos, se pode encontrar com o

Alentejo de hoje, com o Alentejo que somos, esse sítio é, sobretudo, o Alentejo de amanhã, o Alentejo que

queremos ser, o Alentejo onde o PS está a levar a cabo um ciclo importante de investimentos para construir.

Aplausos do PS.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Há quantos anos?!

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Guimarães

Pinto, da Iniciativa Liberal.

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de começar por

agradecer aos peticionários por terem trazido aqui este assunto que, quanto a mim, é extraordinariamente

importante, é um dos principais assuntos da atualidade e vai muito além dos problemas da região do Alentejo.

Falamos muitas vezes sobre variáveis macro, sobre o atraso do País como um todo, esquecendo que este

País vive a várias velocidades.

Para percebermos a dimensão da desigualdade regional neste País, podemos olhar para os dados de 2019,

antes da pandemia, quando a Área Metropolitana de Lisboa tinha um PIB percapita algures entre o nível de

Itália e da Finlândia — portanto, ao nível de alguns dos países mais ricos da União Europeia —, enquanto o

Alentejo estava ao nível da Hungria e o norte do País estava ao nível da Roménia. Se excluíssemos as faixas

litorais destas duas regiões, as comparações seriam ainda piores. Se calhar, não encontraríamos países na

União Europeia que tivessem um PIB percapita ao nível do interior destas regiões.

Chegamos do centro de Lisboa ao Alentejo em menos de 1 hora, chegamos do centro de Lisboa ao norte do

País em menos de 2 horas, mas, economicamente, é como se atravessássemos a Europa toda, da Finlândia à

Roménia. É esse o caminho económico que fazemos quando atravessamos o País, de Lisboa até ao Alentejo

ou de Lisboa até ao norte do País.

Ainda há semanas se ridicularizou aqui a ideia de que uma das formas para combatermos os problemas

habitacionais em Lisboa seria promovendo o interior, garantindo que mais pessoas tivessem oportunidades fora

da capital.

O modo como estas propostas são tratadas, depois, tem efeitos na forma como o Estado, enquanto um todo,

toma as suas decisões.

Recentemente, a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) anunciou um programa

de estágios com cerca de 1600 vagas. Mais de metade dessas vagas foram para o distrito de Lisboa. Os distritos

de Portalegre, Évora e Beja, juntos, têm menos de um décimo dos estágios alocados apenas ao distrito de

Lisboa. Ora, estas opções têm consequências e uma delas é a de um País dual, sobrelotado em Lisboa e

desertificado no resto, com tudo o que de mau as duas coisas trazem para ambas as regiões.

O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Muito bem!

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — Gostaria, mais uma vez, de agradecer aos peticionários por terem

trazido este assunto, que é extraordinariamente importante. Não terei tempo de avaliar todas as propostas

apresentadas, mas agradeço muito, porque este é um dos assuntos mais importantes da nossa realidade atual.

Que mais petições destas floresçam, vindas de mais regiões do País!

Aplausos da IL.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro do Carmo,

do Grupo Parlamentar do PS.

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