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I SÉRIE — NÚMERO 46

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jovens que não vão sair de casa dos pais, que não vão constituir famílias, que não vão ter filhos pelas opções

políticas que têm sido seguidas não só pelo PS, mas também pelo PSD.

Também é preciso ter coragem para vir aqui, como vieram alguns Srs. Deputados, desfazer as propostas

dos outros, propostas concretas, propostas que colocam como objetivo primordial não a proteção dos mercados,

não a proteção dos fundos imobiliários, mas, sim, a proteção das famílias.

É preciso mesmo coragem para vir com esta conversa.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Begonha, do

Grupo Parlamentar do PS.

A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Sr.ª Presidente, agradeço as questões colocadas pelo Bloco de Esquerda e

pelo PCP.

Respondendo primeiro ao Bloco de Esquerda, creio que o Sr. Deputado também não ouviu a minha

intervenção. Na minha intervenção, fiz um elogio, sim, falei de coragem, sim, em relação a uma política seguida

por este Governo, a uma reforma corajosa, sim, porque — como sabe e qualquer debate sobre habitação que

temos bem o revela — uma política de habitação que procura fazer uma reforma estrutural, duradoura,

persistente no País demora anos a concretizar, para criar um parque público de habitação, porque, como

também sabe, em contraciclo com muitos países europeus, temos um dos mais reduzidos parques públicos.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Está bem! Mas e para a frente?!

A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Isso tem razões e falei dessas razões na minha intervenção.

Se o Sr. Deputado ouviu a minha intervenção, sabe que não desvalorizei — parece que há aqui uma

equiparação oportunista da política do Partido Socialista à da direita,…

A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — Votam igual!

A Sr.ª Maria Begonha (PS): — … na qual não nos revemos — o fator da liberalização do mercado, não

desvalorizei o fator da especulação, para os quais concorrem muitos fatores que o Bloco de Esquerda também,

antes do tempo, foi denunciando, como o alojamento local e outros.

Não desvalorizei as causas, e as causas são coletivas. Não exonerei, aliás, o Partido Socialista de

responsabilidades históricas de, nas últimas décadas deste País, ter desvalorizado a dimensão social da

habitação.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Agora mesmo!

A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Fomos dos países que menos despesas sociais tinha com a habitação. Hoje,

somos dos países que mais investe, somos, neste momento, um País com investimento público em habitação.

A Sr.ª Deputada diz que não agimos, mas esse investimento e essa reforma, como dizia, chama-se investir

num parque público de habitação, investir em criar habitação a custos controlados, porque apenas…

Protestos do PCP.

Já houve consenso à esquerda que apenas com a criação de um parque público é que conseguíamos intervir

nos preços, controlar preços e melhorar o acesso à habitação.

Protestos do PCP.

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