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13 DE OUTUBRO DE 2022

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O Sr. Bruno Dias (PCP): — É isso mesmo!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — É isso que nos garante que a sua intervenção vai ao encontro dos nossos

interesses e não ao encontro dos interesses do lucro dos grupos económicos e das multinacionais deste setor.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Vamos, então, para o segundo grupo de pedidos de esclarecimento.

Tem a palavra para o efeito, pelo Grupo Parlamentar da Iniciativa Liberal, o Sr. Deputado Bernardo Blanco.

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Paula Santos, tenho de começar por dar quatro

notas relativas a quatro mitos que foram enunciados. A primeira é relativamente aos 10 000 trabalhadores. Bem,

3200 milhões de euros para 10 000 trabalhadores… São os empregos mais caros da história. São 320 000 €

por trabalhador.

Bastaria dar metade disso aos trabalhadores, que iam muito bem de férias, à sua vida, por uns quantos anos

e os contribuintes ainda poupavam metade.

O Sr. João Dias (PCP): — Isso é de uma inteligência!…

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — A segunda é quanto à parte estratégica, seja lá o que for isso da empresa

estratégica, porque a TAP já é uma empresa regional, que serve, essencialmente, Lisboa, não serve as ilhas.

Como acontece noutros países, esses serviços a ilhas e a territórios mais afastados podem ser contratualizados

com privados.

A TAP era estratégica quando o Sr. Primeiro-Ministro foi aos Açores pela Ryanair? Ou quando os militares

foram para a Roménia noutra companhia? Ou quando o repatriamento na pandemia não foi feito pela TAP, mas

pela Hi Fly?

Não sei que companhia estratégica é esta. Sempre que ouvimos aquelas bancadas a falarem de empresas

estratégicas, já sabemos que os contribuintes vão sofrer.

O Sr. Rui Rocha (IL): — Cuidado com o bolso!

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — A terceira nota é quanto à Europa, em que a esmagadora maioria dos países

tem companhias maioritariamente privadas. Isto que fizemos foi um caso único: nacionalizou-se a empresa por

cegueira ideológica.

O último ponto é relativo à intervenção do Sr. Deputado Bruno Nunes, a quem quero dar os parabéns pelo

excelente discurso comunista. A resposta à questão de quando é que a TAP devolve o dinheiro é «não devolve».

O ponto é exatamente esse, para o qual estamos a avisar há mais de dois anos.

A TAP não tem condições para devolver o dinheiro!

Protestos do Deputado do PCP João Dias.

E há um conceito económico chamado «falácia dos custos afundados», segundo o qual não vamos agora

deixar a companhia porque já lá pusemos dinheiro; temos de pôr mais, porque já pusemos antes; e temos de

continuar a pôr mais para salvar o que já pusemos. E não paramos de pôr.

O ponto é esse mesmo, não podemos pôr mais porque aquilo que já pusemos não vai voltar.

O Sr. Rui Rocha (IL): — Muito bem!

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Sr. Presidente, queria fazer uma análise histórica muito rápida. Em janeiro

de 2020, antes da pandemia, propusemos a privatização da TAP e toda a gente votou contra exceto o PSD, que

se absteve.

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