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I SÉRIE — NÚMERO 49

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A chamada «companhia de bandeira», TAP, pouco interessa aos portugueses, acreditem. Pouco interessa

aos portugueses.

A TAP já foi a «menina dos nossos olhos», já foi a «presença de Portugal no Mundo», já foi o orgulho nacional

pela qualidade do serviço, segurança e ligação às nossas comunidades de emigrantes. Já foi! Mas, nos últimos

anos, a TAP tem sido constantemente fonte de más notícias.

A bonita TAP passou a buraco negro, onde se enterra dinheiro e ideologia socialista, e está todos os dias

nas notícias por maus motivos. E é impossível não atribuir culpas acrescidas ao Governo — sempre o mesmo

Governo —, que fez da TAP um brinquedo de afirmação ou desgraça do Ministro Pedro Nuno Santos, com

avanços e recuos incompreensíveis e o beneplácito do — sempre o mesmo —Primeiro-Ministro.

O Sr. António Prôa: — Muito bem!

O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Não me falem em «companhia de bandeira». De bandeira?!

No Porto e no Norte já nem sequer é tema de conversa, pois estamos concentrados na busca de parceiros

alternativos e em fazer crescer o aeroporto. A ponte aérea entre Porto e Faro já não é feita pela TAP,…

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Então é feita por quem?

O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — … e os nossos emigrantes encontram melhor preço e serviço na

concorrência. Deixou de ser motivo de orgulho viajar na TAP, e a culpa não é dos trabalhadores.

O Sr. Filipe Melo (CH): — E porque deixou de ser motivo de orgulho?

O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Se a titularidade da TAP pouco interessa aos portugueses, há neste

processo dois temas que preocupam, com certeza, os portugueses: os trabalhadores da TAP e a imensa fortuna

enterrada pelos últimos Governos na experiência socialista na companhia.

O PSD não aceita que os trabalhadores sejam usados como carne para canhão nesta matéria,…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso é o que os senhores estão a fazer!

O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — … eles que tudo aceitaram para salvar a empresa e que ontem e

hoje, nesta Assembleia, mais do que nacionalização ou privatização, reclamam gestão, boa gestão do dinheiro

que é nosso e deles.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

O Sr. Filipe Melo (CH): — Qual é a vossa posição? Vendem ou não vendem?

O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Como sabemos, os líderes fracos fazem fracas as fortes gentes e a

TAP é a prova provada desta verdade.

Igualmente tem de preocupar os portugueses e ser motivo de indignação e repúdio o imenso saco de dinheiro

enterrado — sim, enterrado — na TAP. Srs. Deputados, 3200 milhões de euros é mesmo muito dinheiro! É três

vezes o dinheiro que foi roubado ao futuro dos pensionistas deste País! Se pensarmos que o nosso IRS —

sangue, suor e lágrimas — equivale todos os anos a cerca de 16 000 milhões de euros, perceberão que o

Governo destinou à TAP um quinto deste valor, e isto tem de nos indignar, num projeto falhado! E o regabofe

só vai parar porque a União Europeia já avisou que o Governo não pode injetar mais dinheiro na TAP durante

10 anos.

E agora? Conforme disse ontem, quando acaba o dinheiro dos outros, acaba o socialismo. E o mesmo

Governo que tinha 1000 certezas para nacionalizar a TAP muda de princípios, muda de certezas e, afinal, aposta

tudo nos privados. Afinal, voltamos à privatização.

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