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I SÉRIE — NÚMERO 86

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Por fim, em terceiro e último lugar, V. Ex.ª disse, na semana passada, que o novo quadro de execução do

PRR teria sido de bom senso. Sr. Primeiro-Ministro, já que se trata de bom senso, e bom senso é coisa que não

deve faltar, parece-nos importante que explique aos portugueses, aqui, neste Parlamento, o que foi feito nesse

sentido. Ou será que bom senso, para V. Ex.ª, é como a sua Ministra sugeriu, ou seja, é apenas deixar o PRR

a rentabilizar nos bancos?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Ainda no tempo disponível para o Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o

Sr. Deputado Paulo Moniz.

O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro e Sr.ª Ministra: Sr.

Primeiro-Ministro, venho falar-lhe de uma consequência da guerra na Ucrânia, que é a dificuldade que as famílias

portuguesas têm de pôr comida na mesa. Este é um aspeto absolutamente central e entendo que deve ser um

dos pilares da sua intervenção de amanhã no Conselho.

Como sabe, o preço dos alimentos, o preço dos bens essenciais, subiu entre 20 % e 40 %, em muitos casos

mais de cinco vezes do que a inflação registada.

Como sabe, os empréstimos para a habitação atingiram níveis que os portugueses, com o seu rendimento

disponível, só com muita dificuldade conseguem pagar, ou já nem conseguem.

Sr. Primeiro-Ministro, a situação económica das famílias e dos portugueses deve ser um assunto de Estado

prioritário e que o deve nortear na sua intervenção no Conselho Europeu de amanhã. Estamos a falar da

prioridade das prioridades para as famílias portuguesas.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Nesta sequência, trago-lhe também o tema da energia, que é tão importante

quanto esse. E porquê? Porque o custo da energia que nós temos impacta no custo dos alimentos e dos bens

essenciais.

Deixe-me que lhe diga que o Banco Mundial afirmou, perentoriamente, que até 2025, mesmo com as

reduções que possam ocorrer no tarifário elétrico, a energia elétrica terá um custo 50 % superior à média dos

últimos cinco anos. Significa isso que é crucial que a Europa e o País respondam ao tema do custo da energia

elétrica às empresas e às famílias.

E, para isso, volta o PSD à questão das interligações elétricas, não só as que não se sabe o ponto de

situação, como aquelas, por exemplo, com Marrocos, assunto que deveria estar na agenda prioritariamente. É

que não faz sentido o Sr. Primeiro-Ministro querer aumentar a produção de energia renovável, ter excedente

para em 2030 ter o seu pipeline de hidrogénio, mas, simultaneamente, não criar as interligações, pois só elas

permitem a gestão eficiente de uma produção de energia renovável que é por natureza volátil.

A Sr.ª Catarina Rocha Ferreira (PSD): — Muito bem!

O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, em relação às dificuldades das famílias, não são os 125 €

ou os 50 € — esses já lá vão! — que as ajudam. As famílias não precisam destes seus atos pontuais; as famílias

querem que o senhor cumpra a sua missão, e cumprir a sua missão é governar bem. E amanhã só há uma

pessoa que o pode fazer em nosso nome no Conselho Europeu, é o Sr. Primeiro-Ministro.

Aplausos do PSD.

Aquilo que nós lhe pedimos, Sr. Primeiro-Ministro, é só uma coisa: se teve a máxima votação, tenha a máxima

responsabilidade e governe bem.

Aplausos do PSD.

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