I SÉRIE — NÚMERO 87
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Queria sublinhar aquilo que o Governo tem feito não só para responder aos desafios que existem e a estas
incertezas, mas também para reforçar a confiança em todos os setores da economia.
Temos implementado o PT2020 (Portugal 2020), que, em 31 de dezembro de 2022, tinha uma execução de
18,6 mil milhões de euros, o que corresponde a uma taxa de execução de 87 %.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi desenhado e planeado para ser implementado, em cerca
de 8 %, em 2022, com o pagamento de 1400 milhões de euros, e isso foi conseguido. Relativamente ao PRR
para este ano, a taxa de execução cumulativa tem de chegar aos 32 %, sendo que, desde as Agendas
Mobilizadoras à descarbonização, às empresas 4.0 e aos outros setores, com maiores ou menores dificuldades,
estamos a conseguir responder.
O PT2030 (Portugal 2030), usando um mecanismo de antecipação de avisos, também já está no terreno. O
primeiro grande mecanismo, que tem a ver com a internacionalização das empresas, já foi lançado, tendo havido
uma resposta massiva por parte das empresas — cerca de 1400 empresas, aglutinadas em 36 consórcios —, e
vai ser um incentivo de 52,5 milhões de euros, num total de 92,5 milhões.
Aplausos do PS.
Do ponto de vista do Governo e do Ministério da Economia e do Mar, e para finalizar, a minha mensagem é
a de que estamos a trabalhar com todos os setores, estamos a tentar galvanizar o País para esta transformação
importantíssima.
A Europa está em transformação. O ano de 2022 foi histórico do ponto de vista da transformação energética
e queremos que o nosso País seja parte dela, coligada com a transformação digital. Os estudos que existem
sobre os impactos das novas tecnologias digitais na economia dizem que estes podem ser 10 vezes mais rápidos
do que os da Revolução Industrial, e a uma escala 300 vezes maior.
Portanto, mantendo o foco, mantendo o caminho, trabalhando com todos os operadores, vamos responder
com as políticas que estão no plano do Governo e que podem traçar um futuro mais risonho e mais prometedor
para a economia portuguesa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Vamos iniciar a primeira ronda do debate. O início cabe ao maior partido da oposição, o PSD, que inscreveu para o efeito dois Deputados.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Jorge Mendes, do Grupo Parlamentar do PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Jorge Salgueiro Mendes (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, o Sr. Ministro afirmou recentemente que existe uma dessintonia entre a performance da
economia portuguesa e a vida dos portugueses. Reconhece que há um problema e pretende transformar o
Ministério da Economia na «casa das máquinas» do País.
Disse mais: «Passamos a vida a discutir como vamos distribuir a riqueza, mas tudo se resolve se
conseguirmos criar mais riqueza apoiada em transformação tecnológica e inovação.» Esta é uma boa
mensagem para as esquerdas, em especial para o Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
Aplausos do PSD.
É inquestionável o papel da Agência Nacional para a Inovação na promoção da inovação, em geral, e no
acompanhamento e dinamização das agendas mobilizadoras para a inovação do PRR, em particular.
Sr. Ministro, quando pensávamos que tinha arrumado o seu ministério, depois da demissão do Presidente
do IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação), na mudança da Administração do Banco de Fomento
e da exoneração do Sr. Secretário de Estado da Indústria e do Turismo, temos a demissão da Presidente Joana
Mendonça, num bater de porta com estrondo, como não se tem visto, invocando que o Sr. Ministro e a Ministra
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não querem saber da Agência nem reúnem.