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I SÉRIE — NÚMERO 100

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O que ajuda, e isso, sim, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário de Estado, é saber quais vão ser as formas

de implementação — esperemos que até junho deste ano — do passe ferroviário nacional, em que as pessoas

que pagam 80 € para utilizar os comboios no Algarve passam a pagar 49 € para utilizar em todo o País. Gostaria

igualmente de saber, uma vez que também a isso se comprometeram, quais os estudos que vão ser feitos para

a criação de um passe multimodal nacional durante o ano de 2023.

O Sr. Presidente: — Está inscrita a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, do PAN. Faça favor.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Sr.

Secretário de Estado, era importante percebermos que aposta é que efetivamente o Governo vai ou não fazer

na ferrovia, porque temos não só um atraso de décadas, como um episódio recente que aconteceu na Linha de

Sintra, que, mais do que retratar o estado da ferrovia, retrata o estado a que o País chegou sob o jugo de uma

instabilidade política, sob o jugo da falta de vontade tantas vezes em promover políticas de coesão social e

territorial, mas também em deixar para trás a descarbonização da economia e o combate à crise climática, para

a qual a ferrovia também é essencial.

Quando vemos, por um lado, tantos milhares de euros a voar pela janela em casos polémicos como o da

TAP, continuamos a não ter a aposta que precisamos na ferrovia e quando pensamos nas cidades ou ouvimos

falar na crise da habitação, tudo isso também se resolve promovendo a ferrovia urbana, o que não tem

acontecido.

Recordo que, pela mão do PAN, e precisamente pelo diálogo que foi feito com o Partido Socialista,

conseguimos a introdução da taxa de carbono sobre a navegação e a aviação para financiar os passes sociais

e, portanto, pergunto-lhe em que estado é que está efetivamente este investimento e para quando uma maior

aposta não só na ferrovia do ponto de vista nacional, mas urbana, porque isso também é uma política social e

de descarbonização da economia.

O Sr. Presidente: — Está agora inscrito o Sr. Deputado André Ventura, do Chega. Faça favor.

O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Secretário de Estado: Os factos que têm

ocorrido na ferrovia são o símbolo maior da incompetência deste Governo.

Tivemos na Linha de Sintra, conforme já foi dito, uma situação que seria típica de qualquer país de terceiro

mundo, tudo isto num Governo que dizia que mais ia investir na ferrovia nos últimos anos. Bem sei que Pedro

Nuno Santos já não é ministro, as fantochadas à volta da ferrovia acabaram, ou não, mas a verdade é que

continuamos exatamente no mesmo ponto.

Aliás, Sr. Secretário de Estado, queria lembrá-lo que a sobrelotação de algumas linhas, ou das principais

linhas, nem sequer é de agora. Olhe, esta notícia é de 2020: «Comboios da Linha de Sintra chegam a circular a

160 % de capacidade.». Estávamos em 2020 e o que vos salvou foi a pandemia. A pandemia foi o que permitiu

que o PS dissesse que os comboios estavam a funcionar bem. Claro: porque não havia utentes e não havia

clientes. É só aí que funciona bem!

Aplausos do CH.

Aliás, com o PS é sempre assim. Quando é que os hospitais funcionam bem? Quando ninguém lá vai!

Quando é que as autoestradas funcionam bem? Quando não há carros para circular! Quando é que a CP e as

linhas funcionam bem? Quando não há utentes! Foi sempre assim!

Sr. Secretário de Estado, há um ex-Ministro que dizia que este ia ser o Governo da alta velocidade de Lisboa-

Porto. Mas eu trouxe uma capa do jornal Público, que é de 1999 — na altura, o Primeiro-Ministro era António

Guterres, que tinha duas paixões, a educação e a ferrovia —, em que se pode ler o seguinte: «TGV vai ligar

Lisboa ao Porto em 1 hora e 15 minutos». Estávamos nos idos 1999 e o PS anunciava com pompa e

circunstância que agora é que se avançaria com a alta velocidade. O ano 1999 foi-se e chegou o ano 2000, o

mundo não acabou, chegámos a 2010, chegámos a 2020, chegámos a 2023 e nem ver a alta velocidade entre

Lisboa e Porto. O que nós vemos é a alta velocidade do PS e do PSD a trocarem de Governo, mas não vemos

a alta velocidade Lisboa-Porto.