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24 DE MARÇO DE 2023

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O Sr. Pedro Pinto (CH): — Ninguém bateu palmas ao Rui Tavares!

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os jovens de hoje vivem num

mundo frenético, assoberbados, no seu dia a dia, pelo receio do seu futuro, pela incerteza, pela pressão, pelo

stress, pela ansiedade, por não existir uma verdadeira solidariedade entre as gerações que lhes garanta que o

mundo de amanhã será melhor do que o de hoje — entre tantos outros fatores de que se falava antes da

pandemia, mas que a pandemia veio evidenciar ainda mais.

Olhemos para o caso do ensino superior, em que quase metade dos estudantes, cerca de 48 %, mostram

problemas graves do foro psicológico, como depressão, ansiedade ou perda de controlo; e as raparigas, uma

vez mais, são as mais afetadas.

Neste caso do ensino superior, nem todos os estabelecimentos têm acesso à ação social indireta, ou seja,

há estudantes que, para terem acesso a uma consulta, têm de pagar protocolos que existem com o privado, em

que uma consulta, em vez dos habituais 5 €, custa 25 €. E para um estudante que já esteja deslocado da sua

cidade, que tenha de pagar o alojamento, que tenha de pagar a alimentação, que tenha de pagar também outras

despesas inerentes ao estudo, acresce, assim, uma despesa mensal que, em regra, não é inferior a 100 €.

Para dar resposta às queixas dos jovens não podemos remetê-los para uma tal desproteção e é por isso

que, hoje, o PAN propõe a criação de uma rede de serviços de psicologia nas escolas públicas e instituições do

ensino superior, bem como uma linha de apoio no ensino superior. Se, cada vez mais, os jovens falam mais

abertamente sobre os seus problemas, na saúde mental e na necessidade de prevenção — um repto que nos

têm trazido à Assembleia da República tantas associações e federações de estudantes —, é fundamental que

o Estado dê uma resposta pública a estas suas apreensões.

Só através de uma verdadeira rede que abarque todos os jovens que necessitem de ajuda poderemos estar

a apostar, efetivamente, na prevenção. E, aqui, distante de complexos ideológicos, porque a falta desta rede

pública, tal como no caso da habitação e do alojamento estudantil, tem, de facto, deixado para trás muitos

estudantes.

O Ministro da Saúde anunciou, ontem, que irá criar um plano global de intervenção para os problemas de

saúde mental — curiosamente, na véspera deste debate. Esperamos que, efetivamente, agora seja a valer…

O Sr. Presidente (Adão Silva): ⎯ Sr.ª Deputada, tem de concluir.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Vou mesmo concluir, Sr. Presidente.

Esperamos também que amanhã, na hora de votar estas propostas — relativas a um problema que todos,

hoje, dizem que é fundamental resolver —, se vá além das palavras, permitindo a viabilização das várias

iniciativas apresentadas.

O Sr. Presidente (Adão Silva): ⎯ Sr.ª Deputada, a Mesa regista um pedido de esclarecimento, ao qual não

terá tempo de responder.

De qualquer maneira, darei a palavra à Sr.ª Deputada Rosa Venâncio, do Grupo Parlamentar do Partido

Socialista, para formular o pedido de esclarecimento a que a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real não terá

oportunidade de responder.

Tem a palavra, então, a Sr.ª Deputada Rosa Venâncio.

A Sr.ª Rosa Venâncio (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, permitam-me que comece por saudar

os Deputados únicos representantes do Livre e do PAN por trazerem as iniciativas hoje em discussão.

O Sr. João Dias (PCP): — Nós é que agendámos!

A Sr.ª Rosa Venâncio (PS): — A pandemia que vivemos muito recentemente tornou mais evidente e

agudizou as questões de saúde mental, sobretudo nos jovens.

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