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I SÉRIE — NÚMERO 117

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Protestos do Deputado do PCP Manuel Loff. O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — A promiscuidade entre instituições é tal que já não sabemos se são

os Governos que copiam os vícios das universidades, ou se são as universidades que se tornaram clones dos maus Governos.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Essa é que é essa! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Uns e outras conduzem Portugal a uma tragédia grega. Conta a mitologia que Édipo matou o pai e se casou com a mãe, mas fez tudo para evitar tal desgraça.

Confrontado com a força do destino, o rei Édipo cegou-se a si mesmo por ter sido incapaz de ver o óbvio durante toda uma vida. Assumiu os seus atos e suportou a dor sem protestos. Édipo submeteu-se ao primado moral da autorresponsabilidade. O mesmo deus Apolo que havia condenado Édipo à nascença, no final da vida, transformou-se em seu protetor para a eternidade.

Mais de dois milénios passados, Freud rotulou a atitude simbolizada no rei Édipo de «princípio da realidade»: saber suportar a dor e adiar a recompensa.

O Sr. Rui Tavares (L): — Mas o Freud tem 100 anos! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Foi a mesma força do destino que entregou Portugal, no último meio

século, a uma elite política, académica, intelectual, artística e jornalística de pensamento único esquerdista. Esta elite trocou o princípio da realidade por doses industriais da mais primitiva alienação e continua incapaz de ver a fatura pesadíssima, que é a falência generalizada das instituições: das universidades, da saúde, do ensino, da justiça, da segurança, da defesa, das finanças e da agricultura, da TAP (Transportes Aéreos Portugueses) ao SEF.

Aplausos do CH. Nem a família escapa! O ódio ideológico à diferença entre a sociedade e as suas instituições tem custos. Os donos do regime

mataram a autonomia e dignidade das instituições por não aprenderem, nem deixarem aprender, que os valores e os princípios da sociedade têm de ser o oposto dos valores e dos princípios das instituições.

O Sr. Manuel Loff (PCP): — «Os donos do regime»! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Se de um lado estão a liberdade, a democracia e os ativismos, do

outro lado têm de estar a hierarquia, a autoridade e a ordem. Esse é o compromisso que instituiu a essência do que nós designamos por «civismo». É por isso que a

cultura de esquerda sempre foi, e sempre será, inimiga do civismo. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Há mais de 2000 anos, a tragédia grega não destruía as sociedades.

Pelo contrário, ensinava as pessoas a respeitarem a complexidade da condição humana e as suas instituições tradicionais.

Hoje, regredimos ao nível dos bárbaros! O Sr. Rui Tavares (L): — Fale por si, Sr. Deputado! O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Portugal tem de se libertar desta tragédia cultural que está a matar

todas as instituições, a começar pelas universidades.

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