I SÉRIE — NÚMERO 117
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Quanto à situação da digitalização, podíamos ir mais longe e, de facto, colocá-la ao serviço dos portugueses, podíamos, definitivamente, criar algo que fosse importante a nível de digitalização e modernização — por exemplo, algo que cruzasse os dados das juntas de freguesia, permitindo assim que não estivéssemos a passar 400 atestados de residência para uma rua que tem meia dúzia de prédios, ou 10 000 atestados de residência para uma rua com 400 m, como acontece na Rua do Benformoso. A falta de digitalização e modernização não permite sequer que as juntas de freguesia percebam quantos atestados de residência ali foram passados, permitindo assim que exista apoio e auxílio à imigração ilegal.
Podíamos, inclusive, agora que se fala tanto de habitação, cruzar os dados da habitação municipal e perceber quantas casas temos, quantas casas têm os municípios. Mas isso também não está digitalizado, também não está modernizado, e, porque há falta de cruzamento de dados entre as autarquias, é permitido ter uma casa, através de um NIF (número de identificação fiscal), num município como o de Loures e ter também, com o mesmo NIF, uma casa de habitação municipal no Barreiro.
Os senhores não sabem o que querem, não sabem o caminho que levam e estão a levar Portugal cada vez mais para o pântano. Os senhores esquecem-se completamente das necessidades da videovigilância, esquecem-se completamente da necessidade de colocar videovigilância, inclusive com a polícia — videovigilância, vejam vocês, que daria tanto jeito para, por exemplo, caso tivesse sido mais cedo, percebermos que, afinal, as portas de determinado órgão de soberania, em determinado país, até foram abertas por outros, e, afinal, parece que é tudo mentira, porque foi a esquerda que patrocinou o princípio, quase, de golpe de Estado.
Risos do BE. Sobre a modernização e a digitalização — com a risada do Bloco de Esquerda, que está a rir, mas que, ao
longo dos últimos anos, não fez absolutamente nada por isto e tem grande dificuldade em resolver os problemas —, podíamos olhar para a justiça, que, nesta parte, está de tal forma, que ontem percebemos que foi preciso trazer a ex-Ministra da Saúde para falar de justiça, tal é a forma em que ela está, nos cuidados intensivos.
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Sr. Deputado, peço que conclua. O Sr. Bruno Nunes (CH): — Para terminar, Sr.ª Presidente, quero dizer que temos claramente um projeto
que vem de acordo com a necessidade da transparência. Saudamos, também, o Partido Social Democrata por virem a jogo hoje, finalmente — começa a ser
habitual, nos últimos dias, depois de tanta preocupação com o Chega, nós falarmos ao meio-dia e vocês dizerem ao meio-dia e meia exatamente o que nós dissemos —, com um projeto para pedir aquilo de que, há tantos meses, temos vindo a falar, que é maior transparência na Administração Pública,…
A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Tem de concluir, Sr. Deputado, se faz favor. O Sr. Bruno Nunes (CH): — … auditorias e que tudo seja feito de uma forma justa e digna para o Estado. Aplausos do CH. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para apresentar o Projeto de Resolução n.º 402/XV/1.ª, do PSD, tem a
palavra o Sr. Deputado Francisco Pimentel. O Sr. Francisco Pimentel (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Permitam-me um
cumprimento à juventude que se encontra presente nas galerias, na sua Casa da democracia. Vou falar sobre o nosso Projeto de Resolução n.º 402/XV/1.ª, que recomenda a racionalização da
administração consultiva do Estado.