28 DE ABRIL DE 2023
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Sr. Presidente da Assembleia da República, aquela conversa não foi informal e privada. Aliás, nas imagens, conta-se, no mínimo, uma dúzia de pessoas, e estavam lá muitas mais.
Sabemos, pelo que o Partido Socialista já nos habituou, pelos tempos e por todos os anos que têm passado, que é fácil apagar emails. É fácil, inclusive, nesta Assembleia, tentar apagar atas de comissões. É fácil apagar escutas. E agora também é fácil fazer desaparecer pareceres — havia pareceres, não havia pareceres —, também é fácil fazê-los desaparecer.
Agora, Sr. Presidente da Assembleia da República, fazer apagar vídeos? A ARTV não é sua. O Sr. Bruno Nunes (CH): — Muito bem! Censura! O Sr. Pedro Pinto (CH): — A ARTV é de todos os portugueses, porque todos os portugueses estão aqui e
pagam, com os seus impostos, a ARTV. Aplausos do CH. O Sr. Bruno Nunes (CH): — Vergonha! O Sr. Pedro Pinto (CH): — Passámos do lápis azul, da censura, para o lápis rosa. Mas nós, democratas,
não aceitamos isso, nem nunca aceitaremos,… Vozes do CH: — Muito bem! Risos de Deputados do PS. O Sr. Pedro Pinto (CH): — … porque a democracia é para todos, desde a esquerda à direita, é para todos
os partidos políticos. Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva. Por isso, não lhe admitimos, Sr. Presidente da Assembleia da República, que apague as imagens que
mandou apagar da ARTV. Aplausos do CH. O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — É uma vergonha! O Sr. Pedro Pinto (CH): — E, mais, pela sua falta de imparcialidade, durante este ano e picos de mandato
— porque tem sido parcial, não tem despido a camisola socialista, e um Presidente da Assembleia da República não deveria ser um Deputado do Partido Socialista, ou, pelo menos, manter a figura de Deputado do Partido Socialista —, achamos que o senhor não tem condições para continuar como Presidente da Assembleia da República.
Aplausos do CH. O Sr. Porfírio Silva (PS): — É por eleição, por isso é que vocês não estão lá em cima! O Sr. Presidente: — Da minha parte, o que tenho a dizer é o seguinte: lamentavelmente, na terça-feira
passada, foram colhidas imagens, com captação de som, de uma conversa informal e particular entre representantes de órgãos de soberania e outras personalidades, sem essas personalidades terem conhecimento, e muito menos terem autorizado, da captação desse som, de uma conversa particular, que decorreu numa sala reservada, num momento de pausa entre duas sessões solenes, portanto, fora de qualquer momento protocolar.