O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 129

8

Com este gesto, a Assembleia da República diz a todas e a todos aqueles que não respeitam os direitos da comunidade LGBTI+ que a homofobia, a transfobia, a interfobia e a bifobia não passarão em Portugal.

Com as iniciativas que hoje apresentamos — e começo por saudar também o Grupo Parlamentar do Partido Socialista por trazer o tema a debate —, queremos garantir o direito à neutralidade de género do nome próprio no registo civil. Não faz sentido que o registo civil continue a compartimentar as pessoas, completamente alheado da multiplicidade, quer biológica, quer identitária, tão intrínseca ao ser humano. Este não é um aspeto menor, pois a divisão rígida de género no registo civil leva a que, todos os dias, pessoas trans, intersexo ou não-binárias sintam desconforto e discriminação, ou até mesmo a interpretação errada sobre a identidade dada pelo seu nome.

Propomos ainda que as alterações de nome sem alteração de sexo sejam gratuitas, como já acontece com algumas alterações de nome. Com esta proposta respondemos ao apelo que nos foi dirigido pela rede ex aequo, pois não aceitamos que uma pessoa não-binária que não queira mudar de sexo tenha de pagar 200 € para ter um nome que expresse aquela que é a sua identidade de género. O Parlamento tem competência para garantir esta gratuidade e deve fazê-lo, sob pena de a gratuidade ficar sujeita a critérios de discriminação inaceitáveis.

Por fim, propomos a consagração do dia 31 de março como o dia nacional da visibilidade trans, um dia para dar visibilidade aos direitos das pessoas trans, para fazermos o balanço e o reflexo, como hoje já foi mencionado, sobre os avanços que já fizemos. No País onde Gisberta Júnior, cuja memória também evoco, morreu às mãos da homofobia e da transfobia, este dia é absolutamente fundamental.

Aplausos do L e de Deputados do PS e do BE. Sr.as e Srs. Deputados, termino saudando, uma vez mais, este dia e dizendo que, deste lado, do lado do

Parlamento que está ao lado dos direitos humanos, continuaremos a trabalhar para o rumo progressista da defesa dos direitos humanos, que é hoje o que está em debate.

Aplausos do BE, do L e de Deputados do PS. O Sr. Presidente: — Para apresentar a iniciativa do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Joana Mortágua. A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A melhor comemoração do Dia

Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia é dar mais um passo na consagração de uma sociedade mais livre e mais justa.

Todas as pessoas nascem num mundo que não construíram. Alimentam-se, vestem-se, começam a existir numa sociedade que é anterior a elas, com uma organização económica, social, política e cultural pré-determinada. Mas a história não acaba aí. As pessoas não são apenas herança. As pessoas, individual e coletivamente, têm um papel na sua própria história, não estão obrigadas a aceitar as expectativas e os papéis que lhes são impostos. São protagonistas da sua própria vida.

A luta do movimento feminista e do movimento LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero, queer, intersexo, assexuais e outros) tem feito toda a sociedade avançar. O nosso País pode orgulhar-se das muitas conquistas que foram conseguidas no combate à homofobia e à transfobia, da retirada da homossexualidade do Código Penal,…

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Bem lembrado! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — … passando pelo direito ao casamento e à adoção até ao reconhecimento

da autodeterminação de género. Foram muitas as marchas, foram muitas as lutas. Foi difícil, mas avançámos e continuaremos a avançar.

Então, o que falta fazer? Tudo! Desde logo, ter uma educação sexual compreensiva nas escolas, dar formação aos profissionais dos vários serviços públicos, progredir no acesso à saúde sem discriminações. A

Páginas Relacionadas
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 129 4 O Sr. Miguel dos Santos Rodrigues (PS): — Sr. Presid
Pág.Página 4
Página 0005:
18 DE MAIO DE 2023 5 Este é, por isso, um dia para refletir sobre o que está feito
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 129 6 Para o formular, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula
Pág.Página 6
Página 0007:
18 DE MAIO DE 2023 7 O Sr. Pedro Pinto (CH): — Não se cumprimentam as pessoas das
Pág.Página 7
Página 0009:
18 DE MAIO DE 2023 9 mudança não é só na lei, onde já fizemos tanto, mas em tudo o
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 129 10 O cartão de cidadão e o registo civil são a primeira
Pág.Página 10
Página 0011:
18 DE MAIO DE 2023 11 portugueses esperam à porta dos hospitais e das urgências por
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 129 12 O Sr. Miguel Matos (PS): — Vergonha! A Sr.ª Emília
Pág.Página 12
Página 0013:
18 DE MAIO DE 2023 13 Era o PSD que governava em 1982, quando foi descriminalizada
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 129 14 Aquilo que lhe quero perguntar é se a Sr.ª Deputada
Pág.Página 14
Página 0015:
18 DE MAIO DE 2023 15 A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Para que fique claro, somos
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 129 16 ascendência, sexo, etnia, religião, convicções polít
Pág.Página 16
Página 0017:
18 DE MAIO DE 2023 17 — de, particularmente à nascença, se poder atribuir nome de r
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 129 18 … e o PAN a propor a distribuição de chips gratuitos
Pág.Página 18
Página 0019:
18 DE MAIO DE 2023 19 A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e S
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 129 20 recorda-nos da construção da falsa questão judaica,
Pág.Página 20
Página 0021:
18 DE MAIO DE 2023 21 A Sr.ª Sónia Ramos (PSD): — Qual é o lado certo da história?!
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 129 22 O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — A perspetiva c
Pág.Página 22
Página 0023:
18 DE MAIO DE 2023 23 Sr.as e Srs. Deputados, em conformidade com o disposto na alí
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 129 24 diferenças e a discriminar estas pessoas? E não esta
Pág.Página 24
Página 0025:
18 DE MAIO DE 2023 25 O Sr. Miguel Matos (PS): — Poderíamos bem ter a tentação de t
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 129 26 Ora, então, porquê sujeitar as pessoas a este proces
Pág.Página 26
Página 0027:
18 DE MAIO DE 2023 27 Porque é que, até agora, não iluminaram o Parlamento de verme
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 129 28 A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Deixem as nossas cri
Pág.Página 28
Página 0029:
18 DE MAIO DE 2023 29 autodeterminação. Por isso, obviamente, com espaço para fazer
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 129 30 dos mais frágeis e dos que estão mais abandonados na
Pág.Página 30
Página 0031:
18 DE MAIO DE 2023 31 O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — E, de facto, não são amigos
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 129 32 A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — No entanto, hoje, c
Pág.Página 32
Página 0033:
18 DE MAIO DE 2023 33 O Sr. Presidente: — Para uma intervenção em nome do Grupo Pa
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 129 34 A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — E a parolice da sua gr
Pág.Página 34
Página 0035:
18 DE MAIO DE 2023 35 O Sr. Presidente: — Normalmente, quando se trata de president
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 129 36 Aplausos do PS. Não há ditadura que não faça da sex
Pág.Página 36