I SÉRIE — NÚMERO 2
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O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Não conseguiram encontrar uma citação de Sá Carneiro de depois do 25 de Abril de 1974?! Como é possível não encontrar uma citação de Sá Carneiro de depois de 1974?!
Aplausos do PS.
É mesmo amor ao antigo regime!
Protestos do Deputado do CH Filipe Melo.
E, por isso, Sr. Primeiro-Ministro, temos hoje, passados quase 50 anos do 25 de Abril, a pior oposição do
regime democrático.
O Sr. André Ventura (CH): — É a única!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Essa oposição está sentada na extrema direita parlamentar, porque ela é antissistema democrático, tem um discurso racista e xenófobo e quer levar o País para trás!
Aplausos do PS.
O Sr. Gabriel Mithá Ribeiro (CH): — Tenha vergonha! Não sou de extrema-direita, nem sou racista!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Miranda Sarmento, é agora, não vale a pena esconder-se, tem a oportunidade, tal como aconteceu no passado. O PSD já votou neste Hemiciclo
contra moções de censura, em circunstâncias em que o País estava bastante pior.
Hoje é a vossa oportunidade de votarem contra uma moção de censura da extrema-direita antissistema
democrático, que não quer censurar o Governo, mas quer, sim, censurar VV. Ex.as
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa.
Protestos do CH.
O Sr. Presidente: — Peço silêncio, para podermos ouvir o orador.
O Sr. André Ventura (CH): — É uma vergonha o que disse de nós!
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Tem de passar a língua no sabão!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, queria começar por agradecer as diversas questões que foram colocadas.
Vou começar do fim para o princípio. Como bem sublinhou o Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias,…
O Sr. Pedro Pinto (CH): — A segunda escolha para líder!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … o exercício desta moção de censura serve, essencialmente, para demonstrar o estado da nossa direita.
O estado da nossa direita é simples: se eles não se entendem, sequer, sobre a censura ao Governo a que
se opõem, como é que poderão alguma vez entender-se para apresentar uma alternativa para Portugal e para
os portugueses?