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I SÉRIE — NÚMERO 8

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O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Na altura, o PS justificou o voto contra, dizendo que a dessalinização não era a solução para tudo, que ainda faltava estudar mais, etc. Passou o verão e, afinal, o PS já propõe. Não sei

o que é que a bancada do Partido Socialista estudou durante o verão, mas eu sei o que é que aconteceu.

O Sr. Pedro do Carmo (PS): — Sabe? Então diga lá!

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — O que aconteceu foi que o Governo colocou em consulta pública, que termina amanhã, o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Alentejo, que propõe duas centrais dessalinizadoras, aquilo

de que estamos a falar há muito tempo. E o PS — tendo o Governo proposto aquilo de que nós já andávamos

a falar —, afinal, já é a favor das centrais dessalinizadoras

Muito bem! Assim se veem os princípios de alguns. Mais vale tarde, certamente, do que nunca!

Parece que já é claro que, em algumas regiões, é inevitável promovermos uma expansão da oferta de água.

Se a dessalinização é suficiente? Não é. E achamos que é, sobretudo, para situações de emergência.

A diminuição do desperdício nas redes — que o Estado não resolve, e onde o desperdício é em percentagens

avassaladoras—, a reutilização de águas residuais, a reutilização de águas cinzentas, a melhoria da eficiência

hídrica, são, obviamente, fundamentais.

Para além disso, é claro para nós, enquanto partido liberal, que quem utiliza a água deve pagar por ela, e o

seu preço deve refletir a disponibilidade hídrica da região onde está a ser usada.

Por isso, devemos também olhar, como hoje já se falou, para as disparidades na oferta entre diferentes

regiões e apostar em autoestradas de água para uma melhor distribuição.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Autoestradas de água! Ai, ai!

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — São todos estes aspetos que esperamos ver refletidos na revisão da Lei da Água, que este Parlamento também fará.

Devemos trabalhar sem virar os portugueses uns contra os outros, sem demonizar a agricultura ou o turismo,

como alguns partidos querem fazer, e sem condenar regiões inteiras a ficar atrás do resto do País.

A Iniciativa Liberal entende que, em consenso, nesta revisão da Lei da Água, que certamente dará muito

trabalho, o Parlamento deve garantir um futuro de abundância e prosperidade para todas as zonas do País.

Aplausos da IL.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do Chega, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, quase no final deste debate, queria dizer que este é um debate demasiado importante para termos tido aqui algumas farsas. Algumas propostas são

autênticas farsas, como por exemplo as do Bloco de Esquerda.

O Bloco de Esquerda vem aqui acusar, mais uma vez, os bandidos dos agricultores de nos levarem 75 % da

água e dizer que o grande problema da seca em Portugal é a agricultura, os agricultores portugueses. Não, Sr.

Deputado, não são os agricultores portugueses!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não, são os que vocês defendem!

O Sr. Pedro Pinto (CH): — É graças aos agricultores portugueses que Portugal ainda continua no mercado, com os seus produtos.

Aplausos do CH.

Percebemos, claramente, porque é que o Sr. Deputado falta, sucessiva e sistematicamente, à Comissão de

Agricultura e porque é que o Bloco de Esquerda raramente lá vai.

As barragens são fundamentais para reter água.

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