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2 DE NOVEMBRO DE 2023

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É um Orçamento que mantém, também, a viragem à direita do Governo do Partido Socialista. E é exatamente por isso que, ao longo de dois dias inteiros de trabalhos parlamentares, a direita se resignou a toda a narrativa do Governo.

Bem podem esbracejar, vociferar, fazer mais ou menos vídeos para o TikTok, porque depois chegam aqui e a única coisa que têm para dizer é que o Partido Socialista, o Governo, vos roubou as ideias.

O Sr. André Ventura (CH): — Aumenta impostos! O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — O PSD, sobre o IRS, disse exatamente o mesmo: «Nós é que tivemos

a ideia, o Governo é que está a fazer.» Sobre a TAP, disse o mesmo a Iniciativa Liberal: «Nós é que queríamos privatizar, o PS é que está a

fazer.» Sobre o aumento das rendas, o maior aumento de rendas em 30 anos, o Chega diz: «Estamos de acordo,

somos a favor, batemos palmas, mas é o Governo que está a fazer.» O Sr. André Ventura (CH): — Batemos palmas é à tua tia! O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sobre o Serviço Nacional de Saúde, sobre a destruição que está a

acontecer e o negócio que está a ser entregue aos privados, a direita toda diz: «É exatamente isso que nós defendemos, mais trabalho para os privados, mais sacrifício de serviço público.»

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Fala do Robles! O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Por isso, resignados, nós percebemos que esta direita não conta para

o debate do Orçamento do Estado porque, na verdade, a única coisa que traz, o único sentimento que apresenta, é de inveja por ser o PS a fazer aquilo que a direita queria fazer, mas não pode.

Mas nós não nos resignamos ao estado do País. Não nos resignamos, por exemplo, à desigualdade, a esta injustiça que fica materializada naquilo que, por exemplo, a direita não falou. Nenhum Deputado, nenhuma Deputada do PSD, da Iniciativa Liberal ou do Chega perguntou ao Governo: «Então, Sr. Ministro das Finanças, Sr. Primeiro-Ministro, porque é que, quando a banca apresenta lucros extraordinários no nosso País, o Governo vai acabar com o imposto sobre lucros extraordinários?»

O Sr. Carlos Guimarães Pinto (IL): — O Chega perguntou! O Sr. André Ventura (CH): — Nós perguntámos! O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — «Quando os grupos de grande distribuição apresentam lucros abusivos

no nosso País é que o Governo vai acabar com este imposto sobre lucros extraordinários?» Não ouvimos nenhuma desta indignação, porque lá está, a desigualdade não faz mover o coração da

direita. Aceitam-na, abraçam-na, desejam-na, acham que é assim que o País anda para a frente. O Partido Socialista, aparentemente, também, porque considera que tocar nos lucros dos grandes grupos, isso não pode ser. «Já pagam muitos impostos, não dá», dizia o Sr. Ministro das Finanças.

Tocar nos lucros da banca, que apresentou 2 mil milhões de euros de lucros no primeiro semestre, e que, provavelmente, vai apresentar mais do dobro no segundo semestre? «Não pode ser, já pagam tantos impostos, coitados dos banqueiros, nós não queremos ver esse sacrifício. Mas já agora, aqueles malandros dos nossos compatriotas, aqueles que têm carros antigos, esses não! Esses têm de pagar mais imposto, porque é assim que fazemos justiça fiscal, é assim que combatemos a desigualdade!»

E não nos enganam, porque nós sabemos que as mentiras e a patranha do IUC não começaram só com a propaganda da direita; tiveram origem no Governo. O que é que dizia o Governo? Era para responder à questão ambiental? Não. Não podia dizer isso, seria mentira. Não é assim que se faz, não é virando as pessoas contra a transição energética que se resolvem as questões ambientais. Não!

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