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I SÉRIE — NÚMERO 32

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Pelo contrário, existem desequilíbrios gritantes entre o sul e o norte de Portugal e entre o litoral e o interior.

Até sugeria que comprovássemos com os nossos próprios olhos, indo de comboio a todas as capitais de distrito.

Mas, não é possível.

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Bem lembrado!

A Sr.ª Patrícia Gilvaz (IL): — No norte do País, este problema faz-se sentir de uma forma bastante específica.

Esta região, rica em história, cultura e potencial económico, tem sido sistematicamente negligenciada em termos

de desenvolvimento ferroviário. As consequências são evidentes: menor mobilidade, dificuldades logísticas e

um entrave ao crescimento económico.

Nos últimos oito anos, o Partido Socialista teve a oportunidade de corrigir estas desigualdades e de promover

um desenvolvimento mais equilibrado, mas não o fez. Linhas importantes como a ligação entre o Porto e Vigo

permanecem subdesenvolvidas, limitando a integração com o noroeste da Península Ibérica e restringindo as

oportunidades de comércio e turismo.

Os principais penalizados? Os jovens. Com a falta de investimento em infraestruturas ferroviárias, as

oportunidades de emprego e educação tornam-se mais limitadas. Falamos, muitas vezes, dos 30 % dos jovens

emigrados no estrangeiro; esquecemo-nos de falar de todos aqueles que são obrigados a migrar para Lisboa à

procura de melhores condições de vida e carreira, contribuindo para o despovoamento e envelhecimento da

população, não só no Norte, mas em muitas regiões, especialmente no Interior.

O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Muito bem!

A Sr.ª Patrícia Gilvaz (IL): — Se o debate hoje não fosse sobre ferrovia, também poderíamos falar das

regiões autónomas.

A ausência de uma rede ferroviária eficiente torna a mobilidade muito difícil, dificultando o acesso a

universidades, centros de inovação e mercados de trabalho diversificados.

É urgente a modernização das linhas existentes, a construção de novas ligações e a integração eficiente com

redes internacionais. Os portugueses precisam de um País onde todos, independentemente de onde vivam,

possam chegar à cidade, ao serviço, ao trabalho, de um modo conveniente, rápido e pontual.

Os portugueses precisam de transportes que funcionem. A mobilidade é o garante de futuro.

Aplausos da IL.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, não tem pedidos de esclarecimento.

Para uma intervenção, vou dar a palavra ao Sr. Deputado Marco Claudino, do Partido Social Democrata.

Tem 8 minutos e 24 segundos.

O Sr. Marco Claudino (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Por mais paradoxal que possa

parecer, a discussão de hoje sobre o Plano Ferroviário Nacional é, simultaneamente, precipitada e atrasada. É

precipitada, porque o plano virá aqui em breve, após aprovação por parte do Governo; atrasada, porque, na

verdade, não fosse o adiamento decidido pelo ex-Ministro Pedro Nuno Santos, já o plano teria sido discutido

aqui na Assembleia da República, em 2022.

Mas há outro debate que o Partido Socialista poderia e deveria ter trazido sobre os atrasos na inserção do

Ferrovia 2020, um plano apresentado e lançado em 2016, que deveria ter ficado concluído em 2021.

Qual é, então, a realidade?

No final de 2022, era o Deputado Pedro Nuno Santos Ministro da tutela, sabem, Sr.as e Srs. Deputados, qual

a percentagem de obras que se encontravam concluídas?

Eu digo-vos: 15 %!

Protestos da Deputada do PS Marina Gonçalves.

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