O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22 DE JULHO DE 1986

3515

PROJECTO DE LEI N.° 262/IV

ELEVAÇÃO DE GOUVEIA A CATEGORIA DE CIDADE

Gouveia, situada na vertente norte da Serra da Estrela, é uma povoação de fundação muito antiga, implantada na Lusitânia proprimente dita e habitada desde os tempos mais remotos, esta região teve como primeiros e principais habitantes os Hermínios e 08 Iberos, sendo a es.es atribuída a fundação de Gaudella em 580 a. C.

Estes primeiros povos, conhecidos genericamente por Lusitanos, tiveram Viriato como chefe incontestável e, segundo a tradição, nascido em Fo.gosmho, freguesia dõ concelho de Gouveia.

Calçadas, pontes e castros são i^stemunhos da presença romana e vestígios toponímicos, como «Alfatima» e «Aljão», atestam a passagem dos árabes por Gouveia.

Fernando Magno, rei de Leão e Castela, reconquistou Gouveia aos Mouros em 1038 mas encontrava-se totalmente dizimada quando D. Sancho I a reedifica e concede foral aos seus habitantes em 1 de Fevereiro de 1186, documento que seria confirmado alguns anos depois por seu filho D. Afonso II, na cidade de Coimbra, vivendo-se, pois, este ano o VIII Centenário do Foral de Gouveia.

Durante a Idade Média, como bem o atesta Alexandre Herculano, é justo salientar a importância da comunidade judaica, instalada no Bairro da Biqueira, tendo sido mesmo os Judeus os introdutores da tradicional aptidão dos Gouveenses para a indústria de lanifícios.

Símbolo dessa importância são os vestígios da sinagoga judaica, actualmente expostos no Museu Municipal.

Atestando a importância da vila, D. Manuel I concede-lhe foral novo em Julho de 1510, para no século xvii ter sido criado o marquesado de Gouveia que, devido ao envolvimento dos seus titulares, no atentado contra D. José, foi o mesmo extinto para vir a ser restaurado em 1900 por D. Carlos I.

Do desenvolvimento de Gouveia, durante o século xviii, são testemunhas vários solares e igrejas — Palácio dos Marqueses, Palácio dos Condes de Vinho e Almedina, Igrejas de São Pedro, São Julião e Senhor do Calvário e Misericórdias de Gouveia— e, acima de tudo, o Colégio dos Jesuítas, actuais Paços do Concelho, casa de cultura de grande imponência, de assaz importância regional, onde se ministravam aulas de nível universitário.

Gouveia ganhou, porém, uma outra dimensão económica na segunda metade do século xix com o grande incremento da indústria de lanifícios, tendo merecido o nome de Tear da Beira; em 1873 existiam na sua área 23 fábricas de tecidos com 192 teares manuais e, um ano depois, era instalada a primeira máquina a vapor.

Foi esta actividade que deu cunho à maneira de s** do Gouveense e determina que, ainda hoje, cerca de 40 % da população activa se empregue no sector secundário.

Para além da actividade industrial, a agricultura é o segundo sector em importância, com especial destaque na vinicultura, olivicultura e pecuária, para atém da existência de um comércio florescente e uma actividade turística em franca expansão.

Gouveia é sede de conce'ho rural de 1." r^sse e fiscal de 2." classe, pertencendo ao distrito da Guarda, em cujo círculo judicial se integra a sua comarca.

Está integrada na Diocese da Guarda e no distrito judicial de Coimbra.

Composto por 22 freguesias, o concelho tem actualmente uma população de 25 000 habitantes.

O concelho de Gouveia é atravessado por duas vias principais, a estrada nacional n.° 17, que liga Coimbra a Vilar Formoso e a estrada nacional n.° 232, que liga a serra da Estrela à região de Viseu. As distâncias a que sc encontra dos principais centros urbanos fazem de Gouveia um local privilegiado: a 50 km da Guarda, 40 de Viseu, 65 da Covilhã, 90 de Espanha, 100 de Coimbra, 180 do Porto e 300 de Lisboa.

Terra de operários e pastores, é, no entanto, Gouveia rica em valores humanos, destacando-se os seus filhos nos mais diversos domínios, desde a ciência (Bento de Moura Portugal), às letras (Vergílio Ferreira e Banos Lobo), na política (D. António de Serpa Pimentel e Pedro Botto Machado) e na Igreja (Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. António Mendes Belo).

Terra de turismo, porta privilegiada de entrada na serra da Estrela, Gouveia é hoje rota obrigatória de milhares de visitantes da região serrana, pelos seus museus, monumentos e paisagens, dispondo de magníficas instalações hoteleiras, cafés, restaurantes e Parque de Campismo.

Centro da indústria de lanifícios, aqui se situam algumas das maiores empresas têxteis da região, muitas das quais com actividade centenária — neste momento em fase de reconversão— e a realizar investimentos de centenas de milhares de contos; não se estranha, pois, que Gouveia seja sede do Sindicato dos Lanifícios dos Distritos da Guarda e de Viseu.

Terra progressiva e moderna, possui Gouveia um conjunto de equipamentos praticamente ímpares na região, dos quais salientamos os seguintes:

Hospital, com serviço de urgência permanente;

Centro de Saúde;

Serviço de Luta Antituberculosa;

Várias farmácias;

Centro de Medicina Desportiva;

Teatro-Cine para 600 pessoas;

Biblioteca Municipal;

Museu de Arte Moderna Mestre Abel Manta;

Museu de Arte Sacra;

Escola Secundária até ao 12.° ano;

Escola Preparatória;

Colégio diocesano até ao 9.° ano;

Seminário da União de São João;

Convento da Casa Rainha do Mundo;

Lbcoia de Artesanato;

Doas escolas pré-primárias;

Escolas primárias;

Moderna Creche-Infantário;

Centro de dia para a terceira idade;

Lar de terceira idade (em construção):

Corporação de Bombeiros Voluntários, com amplo

quartel; Estádio Municipal; Pavilhão Gimnodesportivo; Rinque de patinagem; Parque de Campismo; Piscina Municipal e campo de ténis; Auditório Municipal para 5000 pessoas; Estação de caminho de ferro; Mercado municipal e feira semanal; Matadouro regional;

Páginas Relacionadas
Página 3513:
22 DE JULHO DE 1986 3513 De acordo com a nova redação do preceito, a faculdade, em ce
Pág.Página 3513