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24 DE OUTUBRO DE 1986

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países produtores de petróleo ou cuja moeda se depreciou lerão tido resultados menos favoráveis (EUA, Reino Unido, Canadá e Noruega).

No que se refere à inflação, os resultados até aqui alcançados permitem admitir que o seu controle estará assegurado, quer pela redução do preço dos combustíveis, quer pela moderação salarial que a sua própria desaceleração não deixará de fazer ocorrer. Admite-se que cm 1986 a inflação se situe entre 3,5 % e em 3 % em 1987, para o conjunto da OCDE, havendo países onde os preços se poderão vir a manter estáveis (lapão e Alemanha, por exemplo).

As taxas de juro registaram em 1986 baixas sensíveis, coordenadas pelas autoridades dos principais países no que se refere às taxas de curto prazo, o que teve como consequência uma ecria acalmia nas condições monetárias e financeiras no conjunto da zona.

As consequências dos factores determinantes da conjuntura actual no nível dc actividade são um pouco incertas, embora sejam especialmente favoráveis no que se refere à procura interna, que poderá crescer cerca de 3.5 % em 1986 e entre 3 % e 3,5 % em 1987. As trocas comerciais entre os países consumidores de petróleo deverão intensiíicar-se, enquanto as exportações para os países produtores continuarão a deleriorar-sc.

Não obstante o crescimento admissível para a actividade económica, não se prevê que o nível de desemprego baixe significativamente, uma vez que o número de emprego criados será absorvido pelo aumento da população activa. Assim, admite-se que a taxa de desemprego para o conjunto da OCDE se continue a situar nos 8,5 %.

Prevê-se, por outro lado. que os desequilíbrios das balanças comerciais entre os EUA, o lapão e a Alemanha possam diminuir ligeiramente cm 1987, depois de atingirem valores recordes no ano corrente, não podendo estar fora de hipótese o aumento das medidas proteccionistas por parte dos EUA.

Em termos globais, os ganhos de termos de trocas dos países da zona da OCDE fez-se à custa dos países em vias dc desenvolvimento, nomeadamente dos países da OPEP. As perdas destes cifram-se em cerca de 5000 milhões de dólares por cada dólar de baixa do preço do barril de petróleo, o que se rcllec-tirá significativamente, entre outros aspectos, na suas compras aos países da OCDE, nomeadamente.

Por outro lado, os outros países cm vias dc desenvolvimento, ainda que sofrendo a queda dos preços dos produtos de base. beneficiarão das baixas das taxas de juro c do dólar e das perspectivas de crescimento dos países da OCDE.

A situação dos países devedores produtores de petróleo (México. Venezuela, Nigéria), não obstante a descida das taxas de juro c a desvalorização do dólar, verão a sua situação deteriorada, admitindo-se situações de tensão ao nível do sistema bancário internacional, cm particular nos EUA. já a braços com os problemas do crédito ligado ao sector energético.

3 — Política macroeconómica

A política macroeconómica para 1986 enquadrar--se-á nas grandes linhas traçadas para o médio prazo.

Por isso, os objectivos para 1987 privilegiarão o crescimento acentuado do investimento, com evolução positiva mas não excessiva do consumo privado, de modo que, simultaneamente, as exportações cresçam a uma taxa não inferior à da procura mundial.

Quanto à inflação, a taxa para 1987, correspondendo à desaceleração que tem vindo a verificar-se, deverá situar-se na ordem dos 8 % a 9 % (média anual).

A concretização destes objectivos no que respeita às principais componentes da despesa vai implicar uma gestão rigorosa e coerente das políticas orçamental e fiscal, monetária, cambial e de rendimentos que potencie os efeitos positivos da envolvente externa —onde não se presume uma inversão significativa —, sem resvalar para situações que surjam como consequência de soluções fáceis mas não adequadas às características da economia portuguesa.

Assim, o cenário macroeconómico para 1987 é consequência do efeito esperado da combinação das políticas referidas. O investimento crescerá a uma taxa da ordem dos 9 % a 10 %. reflectindo uma retoma acentuada no sector da habitação e um crescimento sustentado do investimento das empresas.

O investimento público crescerá a uma taxa inferior à média, mas isto não significa abrandamento no esforço do robustecimento das infra-estruturas, dado o elevado salto verificado em 1986.

Naturalmente, o crescimento do consumo e as exportações enquadram-sc nos objectivos atrás referidos.

Quanto à balança de transacções correntes, será ainda excedentária cm 1987, sendo, no entanto, dc difícil previsão o excedente para 1987, como resultado do grau de incerteza que se verifica quanto à evolução dos termos de troca, dado que esta é largamente dependente do futro comportamento dos preços do petróleo e dos produtos agrícolas.

Admitindo um preço do barril do petróleo da ordem dos 17 dólares a 18 dólares e um crescimento em dólares do preço das importações dos restantes bens cm cerca de dois pontos nos termos de troca em 1987, conjugando com as projecções relativas às remessas dc emigrantes e aos rendimentos de capitais, resultará um excedente da ordem dos 600 milhões dc dólares na balança dc transacções correntes, não contando com as transferências líquidas da CEE.

Apesar da redução relativa do défice orçamental, o montante das necessidades líquidas de financiamento do sector público atinge um montante ainda bastante elevado — cerca de 470 milhões de contos. Tal facto condiciona c dificulta a conciliação entre a necessidade do controle da liquidez na economia e o financiamento do sector produtivo.

Na execução da política monetária em 1987 ter-se-á de prestar atenção cuidada ao consumo privado, ao sector externo c à inflação. Daí que o crescimento dos meios líquidos na posse do público deverá desacelerar dc forma significativa, sendo esta desaceleração induzida pela oferta monetária e incidindo privilegiadamente no agregado Mi (*). A desaceleração referida

C) Aí, = Circulação monetária-f-depósitos à ordem.