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II SÉRIE — NÚMERO 35

Ora, tive ocasião de dizer, aquando da inauguração oficial do Hospital da Universidade de Coimbra, que ele custou 20 milhões de contos, a verbas de 1987. Isto repercutiu-se na bolsa dos cidadões portugueses, como é naturalmente uma coisa que temos de ter em conta sempre que estamos a fazer repartições de verbas. Devemos igualmente tomar em atenção que neste mo-mente o Centro do País é, em termos relativos, uma zona favorecida do território português no respeitante à quantidade e qualidade de camas. Isso até é bom que assim seja, fundamentalmente para as pessoas que se dirigem a esses hospitais.

Aliás, tive, por exemplo, ocasião de referir na Comissão Parlamentar de Saúde que, quanto ao índice da mortalidade infantil, que é extremamente importante quanto ao estado de saúde de um país, o distrito de Coimbra é, de longe, o que está em melhores condições.

Ora, é óbvio que temos de ter todos estes dados em conta quando as verbas são escassas, para além de as devermos repartir pelo País inteiro.

De qualquer modo, em relação ao ZHUC, devo dizer que eles têm ainda uma verba que resultou do PID-DAC/86 e que não gastaram completamente em 1987. De facto, no que concerne às prioridades, é óbvio que os Hospitais da Universidade de Coimbra saberão quais são os serviços mais e menos prioritários. Não é, pois, ao Ministro da Saúde que V. Ex." vai dizer que serviço é que deve abrir prévia ou posteriormente a outro qualquer. E note-se que os Hospitais da Universidade de Coimbra têm muitos serviços a funcionar. Talvez perguntasse a mim própria se todos os outros serviços que estão em funcionamento necessitaram de ser abertos antes do serviço de anatomia patológica e quais as razões de se proceder desse modo. É certo que este serviço não está neste momento a funcionar, mas lembro-lhe que há na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra um serviço de anatomia patológica. Portanto, não é exacto que o hospital esteja totalmente destituído de recursos a esse nível.

De qualquer modo, Sr. Deputado, gostaria de ter muito mais verbas para esse hospital e para todos os outros. Contudo, neste momento considero que é mais importante acorrer aos hospitais do País, em que alguns também são universitários. Esses também merecem a mesmíssima consideração que os Hospitais da Universidade de Coimbra, mas não podemos, de facto, continuar, por causa dos Hospitais da Universidade de Coimbra, a descurar significativamente aquilo que acontece com as unidades onde existe ensino universitário, como sejam os de São João, Santa Maria e Egas Moniz.

O Sr. João Rui Almeida (PS): — Desculpe interrompê-la, Sr.a Ministra, mas acontece que o Hospital da Universidade de Coimbra não tem verbas para equipamento. E neste momento um serviço como o de anatomia patológica não existe a funcionar nesse hospital, para além de outros, designadamente o serviço de medicina nuclear. Ele está, de facto, encerrado.

Ora, o facto de ele existir na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, o que não é a mesma coisa que ser no Hospital da Universidade de Coimbra, leva a que cheguem a esse serviço análises de toda a Região Centro. Perante isso, estão, às vezes, semanas à espera de resultados de anatomia pato-

lógica. E este Hospital, pese embora todo o esforço feito pelo serviço de anatomia patológica, está semanas à espera de resultados estiológicos, como seja, por exemplo, uma [...]

Repito, as consequências deste estado de coisas são os atrasos de semanas, provocando internamentos prolongados, a diminuição da credibilidade dos serviços, isto é, um conjunto de dados que é negativo.

Sr." Ministra da Saúde, não compreendo como é que para um hospital construído em pleno século xx não haja verbas para equipar um serviço de anatomia patológica. Este é, porém, fulcral para o bom funcionamento de um hospital, ainda que tudo possa ter um certo grau de prioridade. De facto, dele dependem os serviços de cirurgia, de medicina, etc.

A Oradora: — Agradeço, Sr. Deputado, a pequena lição que me está a dar sobre a importância dos serviços de anatomia patológica, que, naturalmente, reconheço. Aliás, até por acaso, já sabia.

De qualquer modo, pergunto-lhe se é o Ministro da Saúde que tem culpa de o serviço de anatomia patológica do Hospital da Universidade de Coimbra não estar ainda a funcionar. Acontece até que o Hospital já teve dinheiro que chegasse para abrir esse serviço. Daí que o aconselho a dirigir-se à gestão do seu hospital e diga-lhe que é preciso que esse serviço entre em funcionamento. Creio, pois, que os hospitais têm de deixar de se virar para o Ministério da Saúde e de o culpar pelo não funcionamento deste ou daquele serviço. Compete à gestão do hospital providenciar nesse sentido, fazendo também as opções internas sobre onde é que deve gastar o dinheiro, a fim de resolver quais os serviços que abrirão primeiro.

Na verdade, parece-me que tem de terminar o esquema de colocar em funcionamento uns serviços que não são prioritários relativamente a outros ou de gastar dinheiro mal gasto. Acontece então que, depois, viram-se para o Ministro e dizem que é ele que não deixa abrir o serviço.

O Sr. João Rui Almeida: — Sr.a Ministra, isso faz--me lembrar outra questão, que lhe vou colocar seguidamente.

De facto, em 1986 foi pedido ao Hospital da Universidade de Coimbra que avançasse com a verba de 520 000 contos, quantia essa pertencente ao mesmo, com a promessa de que seriam entregues em 1987. Acontece, porém, que nem isso se faz.

A Oradora: — Sr. Deputado, quem o ouve falar fica com a ideia de que o Ministro da Saúde pediu ao Hospital 500 000 contos para gastar em seu benefício próprio. Parece-me, ao invés, que essa verba se destinou a pagar coisas relativas ao Hospital.

O Sr. João Rui Almeida (PS): — Sim, mas não eram da responsabilidade do Hospital.

Na verdade, a verba para a empresa construtora não era da responsabilidade do PIDDAC atribuído ao Hospital da Universidade de Coimbra.

A Oradora: — Sr. Deputado, todos os hospitais fazem parte de um sistema, ou seja, não são nenhumas entidades que existem desinseridas do sistema, pelo que