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22 DE DEZEMBRO DE 1990

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bém um posto da Guarda Fiscal. O contributo da Fu-zeta para o produto do concelho é muito significativo, como as estatísticas plenamente o demonstram.

Assim, o dinamismo económico e o querer das gentes desta povoação projectaram-na ainda mais na actualidade. É em nome dessa pujança, bem patente no domínio das pescas, mas também dos serviços, que os deputados do Partido Socialista pelo Algarve sentem como seu dever e como interpretação do querer colectivo a apresentação do seguinte projecto de lei:

Artigo 1.°

A povoação da Fuzeta, sede da freguesia do mesmo nome, é elevada à categoria de vila.

Os Deputados: José Apolinário — Luis Filipe Madeira — António Esteves.

PROJECTO DE LEI N.° 657/V

ELEVAÇÃO DE PINHÃO A CATEGORIA DE VILA História

O Pinhão foi, durante muitos anos, um cais de embarque onde os míticos barcos rabelos transportavam as pipas de vinho fino com destino a Vila Nova de Gaia.

De muitas léguas em redor chegavam carros de bois arrastando, penosamente, o maravilhoso néctar. E eram tantos os carros, os bois, as gentes, os vinhos e os barcos que foi surgindo uma meia dúzia de casas onde viviam os arrais que, com arte e valentia, venciam as tormentas deste Douro de antanho, com os seus remoinhos e correntes.

Os rabelos e a pesca eram a base do sustento desta população que, incrédula, viu o comboio chegar a estas paragens, no ano de 1880. Sendo o meio de transporte mais seguro e rápido, nele viajavam as pessoas e se escoavam as mercadorias.

Com a construção da ponte sobre o rio Douro, em 1906, a estação do caminho de ferro do Pinhão tornou--se a segunda mais importante desta linha, a seguir à estação do Peso da Régua.

Servindo os concelhos de Alijó, Sabrosa, Tabuaço e S. João da Pesqueira, concentrava o movimento de todas as pessoas qúe quisessem entrar ou sair da região. O vinho, no seu trajecto para Vila Nova de Gaia, era carregado em inúmeros vagões no cais do Pinhão, onde diariamente chegavam os bens necessários para toda esta vasta região.

O comboio e a ponte sobre o rio Douro fizeram do Pinhão um ponto de confluência das populações circundantes.

Cedo os pinhoenses estabeleceram e desenvolveram as suas empresas comerciais e industriais, ganhando tão grande dimensão que em 1933 foi elevada à categoria de freguesia pela mão do saudoso António Manuel Saraiva.

Mantendo um ritmo de trabalho, espirito de iniciativa e consequente crescimento, o Pinhão desenvolveu--se cada vez mais, e hoje, tal como ontem, luta pelo reconhecimento do valor que sabe ter.

Os pinhoenses, conscientes da sua importância económica, social e cultural, querem fazer mais e melhor: desenvolver a agricultura; aumentar o seu potencial in-

dustrial; fomentar o turismo, presentemente inexplorado; criar as inúmeras infra-estruturas que o crescimento rápido exige — piscina, uma marina e um cais de embarque, a fim de aproveitar as potencialidades do Douro entre o Porto e a Espanha; a urbanização de novos terrenos que o crescimento da população aconselha; o novo quartel de bombeiros, uma igreja nova, um lar de idosos, etc.

Neste contexto, a elevação da povoação do Pinhão a vila é uma questão de justiça, já que, num período de tempo tão curto, alcançou tão grande desenvolvimento.

Economia.

O Pinhão é o centro geográfico da Região Demarcada do Douro, distinguindo-se pela qualidade ímpar dos seus vinhos.

As condições de excepção para a produção vinícola cedo atraíram os exportadores portugueses e ingleses, que se instalaram, comprando e desenvolvendo quintas lindíssimas. Estas, situadas no centro geográfico do Douro, rapidamente se transformaram no pólo administrativo e industrial das grandes casas exportadoras de vinho do Porto.

A cultura da vinha é a base da economia desta região, tudo dependendo, em maior ou menor grau, do vinho fino.

Enquadrado neste meio rural e agrícola, o Pinhão distingue-se pelo seu aspecto urbano, em que predominam as actividades comercial e industrial.

O surgimento do Pinhão é recente e deve-se ao aparecimento da estação do caminho de ferro e a uma boa rede viária que, com a ponte sobre o Douro, liga os distritos de Viseu a Vila Real.

Desde a sua génese, a população dedica-se ao comércio. Com a sua iniciativa e capacidade de trabalho, depressa controlaram áreas tão importantes como a distribuição de produtos alimentares, agrícolas, materiais de construção e transporte de pessoas e mercadorias, além das enormes e modernas adegas que vini ficam cerca de 25% da produção total do vinho do Porto.

Hoje, um sem número de pequenas e médias empresas constituem um centro comercial capaz de satisfazer todas as necessidades da região.

O que distingue o Pinhão do meio envolvente é o aproveitamento das potencialidades comerciais. Dependente de uma economia agrícola de base, surge uma actividade comercial que ocupa a quase totalidade dos pinhoenses, estabelecendo-se uma relação interdependente e propícia com o meio envolvente.

Agricultura.

No Pinhão conjugam-se as condições ideais para a cultura da vinha, donde se extrai o vinho tratado, mundialmente conhecido por vinho do Porto.

A exposição ao sol das abruptas encostas, a natureza dos solos xistosos, o micro-clima, a selecção de castas e o saber centenário das gentes são factores que aqui se harmonizam como em mais lado nenhum. O vinho tem uma qualidade superior e inigualável.

Cercado pelas famosas quintas das Carvalhas, Bonfim, Roeda, Foz, Seixo, Porto, Galeira, Noval e Sa-bordela, etc., o Pinhão assiste aos cuidados que as vinhas exigem, ao longo do ano, nesta região onde a sua cultura é intensiva e quase exclusiva.

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