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29 DE FEVEREIRO DE 1992

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Assim, a freguesia de Salir confina a norte com a freguesia do Ameixial, a noroeste com o concelho de Almodôvar, a oeste com as freguesias de Alte e Benafim, a nordeste com o concelho de São Brás de Alportel e a sul com a freguesia de Querença.

Tem uma área de cerca de 225 km2 (um terço da área total do concelho de Loulé), sendo a maior deste concelho e uma das maiores de Portugal. Na região do Algarve é, aliás, maior que os concelhos de Albufeira, Faro, Lagos, Lagoa, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Vila Real de Santo António a Vila do Bispo.

A origem da povoação de Salir perde-se nos tempos, alvitrando-se a hipótese de ter sido habitada pelos Celtas, sendo certo que, pelos resultados obtidos através das escavações arqueológicas em curso no Castelo de Salir (ruínas do Castelo), esta povoação foi habitada pelos Árabes, tendo o Castelo sido construído durante o período da ocupação Almóada, no século xii.

Salir é referenciada no Portugaliae Monumento Histórica como local onde D. Paio Peres Correia aguardou a chegada de D. Afonso III, para juntos empreenderem a conquista do que ainda na província restava em poder dos Mouros.

Salir tornou-se depois, no tempo de D. Afonso III, uma praça forte, conferindo ao Castelo de Selir (designação árabe) um papel privilegiado na conquista definitiva do Algarve.

O Castelo, ao que se supõe, foi incendiado e reconstruído por duas vezes, restando hoje apenas ruínas das suas muralhas.

2 — Enquadramento cultural e paisagístico

Salir é detentora de um património inestimável nos domínios histórico, monumental, arquitectónico, natural e paisagístico.

Situada na Beira Serra, faz a transição entre o Barrocal e a serra algarvia, produzindo amêndoas, alfarrobas, azeitonas, cortiça, trigo, ou seja, produtos de sequeiro. Também o regadio ocupa um lugar de destaque, dado que a povoação se situa no prolongamento dos chamados «barros vermelhos» de Silves, que oferecem excelentes condições para a agricultura hortofrutícola.

O Malhão, o Serro dos Negros e a Rocha da Pena oferecem uma visão ilimitada do horizonte, onde o verde se combina com o cinzento e o amarelo, apresentando Salir um pitoresco apreciável, nesta zona se fazendo a transição entre a Meseta Ibérica e o relevo novo da Península Ibérica.

O seu artesanato é variado, incluindo-se os bordados, cestaria, olaria, rendas, vestuário, a par do centro de artesanato de Salir a funcionar com a palma e o esparto.

Os utensílios domésticos, os instrumentos musicais, as cantigas de roda, a arquitectura tradicional, as noras, os moinhos, as azenhas, a literatura oral, as ruínas antigas, os vestígios arqueológicos, a vegetação notável e a fauna a proteger tornam Salir, referencialmente, como um ponto de convergência de interesses, atitudes, ideias e valores de especial relevo.

Datada de 1550 existe em Salir uma bula papal do papa Paulo m.

Salir tem um sítio classificado (Parque Natural da Rocha da Pena), estando em estudo uma proposta para clas-siTicai o sítio da Nave do Barão com a sua lagoa tão característica, dado que é um poldjé de origem cársica.

O sítio da Rocha da Pena é uma relíquia ambiental de extraordinária beleza com alto valor histórico e científico, encontrando-se nesta zona nove espécies endémicas, sendo um lugar procurado pelas aves de rapina, designadamente gaviões e águias.

Foram identificadas (em 1987) algumas espécies como, por exemplo, a águia de bonelli e o bufo real.

3 — A festa da espiga

A festa da espiga é o maior acontecimento cultural de Salir. Esta festividade está imbuída de um grande significado ao nível das manifestações tradicionais das nossas gentes, uma vez que revela aspectos verdadeiramente ancestrais que estilo relacionados com as próprias raízes culturais das suas gentes.

Trata-se de urna festa etnográfica onde as actividades económicas são reveladas pelos populares e onde acorrem os forasteiros para aí se inteirarem da «dimensão» das manifestações tradicionais mais características.

Constitui, por outro lado, um evento de promoção do binómio artesanato/turismo.

4 — Associações culturais e desportivas

A povoação de Salir tem as seguintes colectividades:

Associação Cultural de Salir (a mais representativa); Juventude Salirense.

Na freguesia existem ainda: Os Barões;

Associação dos Amigos da Cortelha; Associação Recreativa dos Montes Novos; Associação B. Corvalcum; Rancho Folclórico das Mondadeiras e Ceifeiras das Barrosas.

5 — Desenvolvimento económico

Os sistemas tradicionais de Salir foram profundamente modificados nos últimos anos. Actualmente existem duas agro-indústrias e uma fábrica de enchidos tradicionais.

Os antigos lag-ires de azeite foram abandonados, bem como outras colectividades económicas, mas com a sedia-ção nesta localidade de acções inseridas no Projecto LEADER, o desenvolvimento integrado e participado de zonas através do apoio a iniciativas e pequenos projectos irá conduzir ao fortalecimento da economia desta localidade.

Salir assume-se hoje como um centro de convergência das populações.

Sendo Salir servida por uma rede de transportes públicos, com ligação ;ls freguesias vizinhas e à sede do concelho, espera-se que com a ligação à futura auto-estrada que ligará o Algarve, a partir da Via do Infante, a Lisboa se assuma definitivamente como um pólo importante de desenvolvimento do interior do Algarve.

6 — Equipamentos sociais

Salir, sem dúvida, apresenta-se hoje como o pólo aglutinador do desenvolvimento rural do interior do concelho de Loulé.

A ideia de se criar, nesta povoação, um ecomuseu da serra do Caldeirão despoletou o desenvolvimento do sector terciário.

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