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19 DE JUNHO DE 1993

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oriental. Disto nos dá conta Thomaz António de Villa Nova de Portugal, em 1790, em trabalho apresentado à então recente formada Academia Real das Ciências de Lisboa. Parte da área destes terrenos baldios e maninhos corresponde hoje às zonas ocupadas pela floresta da freguesia

Em 1213, Silvestre, irmão do D. Gonçalo, o fundador do Mosteiro de Santa Maria dos Tomarães (nome que lhe vem da ribeira do Tomarei, hoje do Olival ou da Sorieira, consoante os lugares por onde passa), faz doação de bens deste convento a Santa Cruz de Coimbra, através de um documento onde refere que naquela propriedade doada por D. Afonso Henriques se plantara vinha e edificaram casas e igreja A partir de então este mosteiro irá ser o principal pólo de desenvolvimento desta região ribeirinha promovendo o arroteamento e povoamento dos vales da actual freguesia beneficiado por várias cartas de privilégio e confirmações de isenção nos séculos seguintes. Contudo, e apesar de ter atingido uma certa prosperidade, acaba por declinar no século xvi até à sua extinção, sendo unido o Colégio de São Bernardo de Coimbra com todas as suas rendas, ficando ali apenas um frade e um criado para dizer missa e cuidar da igreja. Esta igreja continuou a ser bastante concorrida, estando o seu edifício hoje transformado em palheiro onde ainda são visíveis nas paredes restos de frescos do século xvn. Aqui se realizava a Festa de São Bartolomeu, sempre muito concorrida que, em 17S9, se mudou para um lugar em franco crescimento não muito longe dali — Caxarias — por o local da sua realização se ter tornado pequeno em virtude da sua agricultacão.

O crescente povoamento de toda esta área vai centrar-se em lugarejos preferentemente fundados ao longo das ribeiras à volta das quais gravitava toda a economia da região. Moinhos, pisoes ou lagares eram abundantes desde o início do povoamento e man tinham-se em franca actividade, aproveitando a força motriz da água Alguns destes moinhos ainda boje laboram esporadicamente; quanto a pisões e lagares movidos pela força motriz da água persistiram até quase meados deste século, mas, hoje, apenas restam ruínas. Entre as duas ribeiras, numa colina não muito longe do local onde se tinha fundado o mosteiro cistercien.se, tundara--se, entretanto, o lugar de Cacheiria ou Caxarias, que, também ele, se expandia à sombra dos recursos económicos ribeirinhos. Na primeira metade de século xvn ergue-se então uma ermida com a invocação de Santo António, que obteve licença no ano de 1645. À sua volta juntam-se cada vez mais casas de moleiros, pisoeiros, foreiros, etc, pagando agora grande parte deles, renda atís Colégios de São Bernardo ou de São Bartolomeu de Coimbra. Esta situação manteve-se até ao século passado, como demonstram os 600 réis que Venâncio Pereira pagava as finanças de 1875 a 1879 por 'terras de criar, casas, moinhos pisão e algumas árvores do sítio da Carvoeira' pertencentes, antes da sua nacionalização, a São Bernardo de Coimbra.

Por volta de meados do século passado a era industrial chega aqui através do caminho de ferro, que,' em 1864, liga Lisboa a Gaia. No lugar da Carvoeira ergue-se uma estação e ... ê a revolução!...

Por um lado é a companhia ferroviária que passa a empregar uma boa parte da população local; por outro lado são as novas ideias, pessoas e mercadorias que rápida e frequentemente chegam, vindo dos mais variados locais; finalmente são as novas ocupações que surgem sob a forma de empregos industrais em unidades fabris que aqui se instalam. O lugar de Caxarias, nascido lá no alto, à sombra da abadia e de olhos postos nas ribeiras que sulcam os vales de ambos os lados, vê-se rapidamente ultrapassado pelo novo

pólo civilizacional a cerca de 2 km de distância onde agora tudo desemboca. Ali instalam-se as primeiras fábricas da era industrial da região ligadas à serração de madeiras, aumentando em muito a exportação, já então tradicional, de madeiras da região, evitando, por via do comboio, o desgaste do transporte em carros de tracção animal até aos portos fluviais do Tejo. Nos primeiros anos deste século a serração de madeiras Madeca é a primeira fábrica da região a instalar uma potente caldeira a vapor, de origem inglesa que sustente uma extensa Unha de produção. Ao lado, novas unidades fabris aparecem, normalmente ligadas à abundância da matéria-prima necessária à sua laboração. Para além de outras serrações instalaram-se cerâmicas, sendo a Tijomel aquela que atinge maior expansão. De igual modo a actividade mineira surge no concelho de Ourém através da exploração de lignitos e carvão em várias minas das freguesias próximas. Caxarias passa a constituir o núcleo industrial do concelho. O sítio onde, no início, estava apenas o edifício da estação preenche-se com edifícios, ruas, habitações ... é uma nova povoação que nasce ... ou melhor... é uma povoação que se estende por via do caminho de ferro. De facto, a povoação ferroviária acaba por tomar o nome de Caxarias, normalmente designada de Caxarias Norte para a distinguir do lugar, lá do alto, da era pré-industrial, radi-cando-se aqui a sede da freguesia entretanto criada Casas comerciais e outras indústrias prósperas alargam a área ocupada de tal forma que a plena junção daquelas duas localidades está feita

Neste últimos anos, obras de carácter social têm enriquecido sobremaneira a sede da freguesia como é o caso do Núcleo dos Bombeiros Voluntários e a Escola C+S, que incentivam o aparecimento de novas construções.» (Prof. João Pedro Bernardes, in Levantamento do Património Cultural do Concelho de Ourém — Freguesia de Caxarias, 1992.)

Demografia e economia

Esta localidade tem, em aglomerado continuo, cerca de 3000 eleitores.

Não obstante todos os condicionalismos negativos que uma situação de interioridade implica tem-se verificado nos últimos anos um excelente ritmo de crescimento que levou Caxarias a uma situação de quase total autosuficiencia a população encontra na sua sede quase tudo aquilo de que precisa desde um livro a um carro, de uma camisa a um projecto de arquitectura

As excelentes condições de vida têm provocado uma grande procura de habitação, que vai a pouco e pouco obtendo resposta com urbanizações da junta de freguesia e de particulares. Neste momento está urbanizada e completamente ocupada a Urbanização da Chã, da junta de freguesia com 97 lotes habitacionais e 12 lotes comerciais. A mesma junta tem, em fase de aprovação, a Urbanização da Estrada Real; com 37 lotes habitacionais e 3 lotes comerciais. Existem ainda 3 urbanizações particulares em fase final de aprovação, incluindo um total de 25 lotes, e várias ruas em fase de urbanização ou estudo.

Na referida Urbanização da Chã foram ainda vendidos 30 lotes industriais, com a área total de 160 000 m2. Alguns desses lotes são para expansão de firmas existentes, mas a maioria destina-se a instalação de novas indústrias, nomeadamente exploração de águas e indústria alimentar.

A maior parte da freguesia já dispõe de rede pública de água ficando a cobertura total concluída no ano de 1993,

Na freguesia existem cerca de 58 km de estradas e caminhos asfaltados, servindo todas as povoações.

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