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II SÉRIE-A — NÚMERO 47

-se. Um pouco por toda a freguesia surgem «vilaS operárias», pequenos núcleos habitacionais que ainda hoje mantêm, na quase íoteüdade, as suas funções iniciais. Muitos deles, pelo seu valor histórico e cultural, merecem ser recuperados e reabijífãdos.

Poupo a pouco, a fisionomia de Sacavém foi-se alterando: as qújhtas dão lugar a novas fábricas ou adaptam-se a habitações. Nos finais do século XIX, a freguesia conta,com mais^de 2000 habitantes, dos quais cerca de 1000,.são operários da Fábrica de Loiça, indústria de primordial importância económica para a zona. ;

O^ovimento associativo começa a ter verdadeira expressão no in&io deste século—em 1900 é fundada a Sacavenense, Cooperativa de Crédito e Consumo, da qual podiam ser sócios todos ,ps operários com mais de 14 anos —, ganhando nova expressão durante a I República. Unidos no gosto pela música, pelo desporto ou pelo recreio e lazer, grupos de homens e mulheres fundam novas associações: o Clube Recreativo e Musical, em 1909, o Spott Grupo Sacavenense, em 1910, o Clube-, dos Caçadores, em 1921, a Academia Recreativa e Musical, em 1927.

Em 1927, Sacavém é elevada a vila (pelo Decreto n.° 14,676, de 7 de Dezembro). A sua importância económica era reconhecida; no entanto, tal não resultou em qualquer melhoria do ponto de vista social, muito pelo contrário. Terra de gente operária, Sacavém vai ser palco de diversas lutas — pelo pão, pela diminuição da jornada de trabalho, por aumentos salariais e por melhores condições de vida. A repressão abate-se sobre esta gente simples e trabalhadora, que à luta contra o fascismo empresta muitos dos seus habitantes.

Elementos de ordem demográfica e económica

A crescente fixação da indústria contínua a corresponder um aumento populacional; os imigrantes chegam sobretudo do Alentejo e das Beiras, trocando o abandono a que estava votado o interior pela esperança de melhores condições de vida. Em 1950, Sacavém conta com 6488 habitantes, em 1960, com 10 529 e, em 1970, com 24 140 (fonte: INE, Censos da População).

Em meados do século XX, novos empreendimentos vão surgindo na área da freguesia. O novo troço da estrada nacional n.° 10, a Auto-Estrada do Norte, o Aeroporto de Lisboa, fazem da vila uma das localidades da periferia de Lisboa com melhores condições para a fixação da indústria, dada a facilidade de escoamento dos produtos transformados e a disponibilidade de mão-de-obra desqualificada, logo, barata. A par disto, a capital inicia a sua tercearização, com a consequente inflação do seu imobiliário. A Sacavém continuam a chegar grandes contingentes populacionais que agora procuram emprego não só na região como em Lisboa. A falta de soluções habitacionais na cidade empurra os novos migrantes para as periferias.

Nos anos 60 dá-se o grande boom urbanístico. Entre 1950 e 1970, como já se assinalou, a população da freguesia aumentou de 6488 para 24 140 habitantes, ou seja, em 20 anos a população quadruplica. A este aumento populacional corresponde um crescente aumento na procura de habitação; as antigas quintas dão lugar a construções em altura. Cons-

trói-se sem outra preocupação que não seja a de dar resposta às pressões de mercado, com vista ao lucro fácil e rápido.

Com o 25 de Abril e o advento do poder local democrático, tem-se, pouco a pouco, vindo a inverter todo este caos urbanístico: por toda a freguesia têm surgido espaços

verdes e- zonas de equipamentos. Por outro lado, o crescimento demográfico tem vindo a estabilizar — actualmente, e mesmo após a desanexação da Portela e do Prior Velho, Sacavém conta com cerca de 16 218 habitantes.

Aqui se têm fixado novas empresas (registando-se, no entanto, o encerramento da Fábrica da Loiça) com actividades no sector terciário. Novas necessidades se vão colocando do ponto de vista dos serviços e Sacavém vê instalar-se uma repartição de finanças, diversos bancos (sete balcões actualmente), uma escola C+S, uma escola secundária, o centro de formação da EDP, uma extensão do Centro das Taipas, uma subdelegação de saúde, constituindo-se como local de procura de bens e serviços de toda a zona oriental do concelho de Loures.

Pór Sacavém passará o grosso dos investimentos do Estado nos próximos anos na zona oriental de Lisboa. A freguesia localiza-se na zona de influência da Expo 98: aqui será instalado um parque urbano Tejo-Trancão, onde se localizarão equipamentos e serviços^ aqui amarrará a nova travessia sobre o Tejo; por aqui passará a CRTL, o prolongamento da Avenida do Infante D. Henrique, um novo comboio suburbano (a criar na linha do caminho de ferro do Norte, sub-linha da Azambuja); enfim, para Sacavém serão canalizados diversos empreendimentos que se prevê venham a dinamizar o progresso económico e social da vila, que se quer cidade.

Sacavém conta ainda com 14 500 eleitores, segundo dados do último recenseamento eleitoral.

Equipamentos colectivos:

Centro de saúde; 4 centros clínicos;

4 farmácias;

Corporação de bombeiros;

2 casas de espectáculos;

Um estabelecimento de ensino secundário; Um estabelecimento de ensino preparatório;

3 estabelecimentos de ensino primário;

5 estabelecimentos de ensino pré-primário; Infantários;

1 jardim-de-infância;

Transportes públicos (rodoviários e ferroviários); Praça de táxis; Estação de correios;

Centro de emprego e formação profissional; Repartição de finanças;

6 agências bancárias;

14 colectividades de cultura, desporto e recreio; Jardins públicos;

Relação privilegiada com futuros equipamentos e novas vias de natureza estruturante na zona: Expo 98, nova ponte, parque Tejo-Trancão, CRIL (marginal variante à estrada nacional n.° 10), recuperação da bacia do Trancão.

Sacavém possui, assim, todos os requisitos que a Lei n.° 11/82, de 2 de Junho, exige para a sua elevação à categoria de cidade (artigo \3.°), o que se propõe com o seguinte projecto de lei:

Artigo único. É elevada à categoria de cidade a vila de Sacavém, no concelho de Loures.

Assembleia da República, 25 de Maio de 1995. — Os Deputados do PCP: António, Filipe — João Amaral — Luís Sá — Alexandrino Saldanha.

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