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5 DE MARÇO DE 1998

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Estas freguesias, localizadas a ocidente de Santo Tirso, constituindo um todo nos seus usos e costumes e nas tradições herdadas dos seus antepassados, formaram, desde sempre, um núcleo sociológico homogéneo.

A reforma administrativa de 1836 e a consequente integração destas oito freguesias no concelho de Santo Tirso, então criado, não diluiu essa identidade.

Acresce o facto que, dada a falta de afinidade entre as freguesias agora consideradas e as restantes povoações do concelho de Santo Tirso, esta realidade administrativa nunca foi plenamente conseguida e aceite, quer no plano social e cultural, quer no plano económico.

Este sentido comunitário, a identidade e a vitalidade das populações agora consideradas, a par da evolução das comunicações, da economia e da sociedade na área do município agora proposto, vieram fazer emergir um importante pólo de desenvolvimento e urbanização — a cidade da Trofa —, que é constituído pelas povoações de São Martinho do Bougado e Santiago do Bougado, futura sede do concelho. Tal facto é também visível na ligação existente ao clube desportivo mais representativo desta região —Clube Desportivo Trofense—, na existência de diversos ranchos etnográficos, nestas freguesias, no desempenho da Banda de Música da Trofa — uma das melhores do País, que retratam bem esta identidade cultural, desportiva e sóciq-econó-mica muito própria, totalmente distinta do resto do concelho.

Logo, a vontade dos habitantes da região da Trofa não resulta de rivalidades mesquinhas ou bairrismos exacerba-' dos, nem sequer de interesses pessoais ou de grupo. É, isso sim, fruto de um processo histórico onde os Trofenses se habituaram apenas a contar consigo próprios e a gerir o seu próprio desuno.

O progresso e harmonização destas duas freguesias es-tender-se-á a todo o futuro concelho, estreitando as razões históricas e culturais a todo este aglomerado, repondo no devido lugar aquilo que a história torna hoje evidente, mas que interesses administrativos à revelia das gentes desta zona e em regimes autoritários impuseram.

Em 1984, com a elevação à categoria de vila, e em 1993 à de cidade, a Assembleia da República já reconheceu, em parte, o progresso e desenvolvimento económico, abrangendo a área geográfica das freguesias de São Martinho do Bougado e Santiago do Bougado, constituindo estes factos passos importantes na direcção da criação do futuro concelho da Trofa.

É esta região, com o seu modo próprio de viver, com raízes culturais e sociológicas bem vincadas, totalmente distintas das restantes do concelho de Santo Tirso, de que são um bom exemplo os ranchos etnográficos, algumas romarias bem características desta região, a existência de uma indústria muito diversificada e não apenas a indústria têxtil, que deseja, com uma enorme vontade, constituir o futuro concelho da Trofa.

Assim, dando corpo à vontade das populações, manifestada nas assembleias de freguesia expressamente convocadas para o efeito, e conforme a petição apresentada na Assembleia da República em 1992, é natural e legítima a constante e veemente reclamação local da criação do concelho da Trofa, na convicção de que esse é o caminho que melhor defende os seus interesses e que melhor espelha os seus sentimentos e a sua identidade.

Esta pretensão enquadra-se inteiramente na exigência da Lei n.° 142/85, de 18 de Novembro.

Razões de ordem geográfica, demográfica, social e económica

A área do futuro concelho da Trofa é de 72 km2, dispõe de 28 180 eleitores e possui duas localidades de grande dimensão: a cidade da Trofa e a vila dos Coronados, aglomerados contínuos com, respectivamente, 15 624 e 6072 eleitores.

O progresso registado ao longo das últimas décadas provocou um constante aumento demográfico, atingindo actualmente este aglomerado populacional cerca de 40 000 habitantes.

A Trofa tem uma excelente localização geográfica, si-tuando-se a poucos quilómetros de importantes centros urbanos, Porto a sul, Braga a norte, Guimarães a nascente e Vila do Conde e Póvoa do Varzim a poente, sendo servido por diversificados meios de transporte.

O concelho a criar é atravessado pelas linhas do Minho e Guimarães (estações da Trofa, do Bougado, de Covelas e de São Romão), pela auto-estrada A3, com respectivo nó de acesso, e pelas estradas nacionais n.os 14 e 104, que se cruzam no centro da cidade da Trofa. Consequentemente, os transportes públicos são variados e permanentes, quer entre as diferentes áreas da região, quer para as localidades vizinhas. Está previsto a Trofa ser servida pelo futuro metro ligeiro de superfície. Serão ainda construídas proximamente as variantes à cidade da Trofa.

O futuro município da Trofa dispõe ainda de um conjunto diversificado de infra-estruturas, equipamentos e serviços para servir a sua população, designadamente:

Serviços públicos:

Duas estações dos correios, uma na Vila dos Coronados e outra na cidade da Trofa, esta com central distribuidora e código postal próprio;

Uma corporação de bombeiros, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, eficientemente equipada com meios materiais e humanos, com um quartel considerado dos melhores e dos mais funcionais do País;

Um quartel da Guarda Nacional Republicana;

Várias repartições de serviço público, com destaque para a Repartição de Finanças, uma tesouraria da Fazendo Pública, uma delegação da segurança social, que servem justamente as oito freguesias do futuro concelho;

Indústria e comércio:

Possui um dos mais ricos e diversificados parques industriais do País, abrangendo quase todos os sectores de produção, designadamente em áreas alternativas ao têxtil tradicional do Vale do Ave;

É um dos maiores centros industriais na área da metalomecânica;

Constitui um dos mais importantes centros comerciais da Região Norte, possuindo para além de significativos espaços de comércio tradicional, duas superfícies de média dimensão, bem como um hotel e numerosos estabelecimentos do sector hoteleiro e de restauração;

Inúmeras agências bancárias; Duas feiras semanais;

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